XXXTentation (Biografia #3)
before I close my eyes: a biografia de XXXTentation
Por: Luan Vinícius
Copyright © 2025 by Luan Vinícius
Foto da capa: © Pinterest
Edição de texto :Luan Vinícius
Revisão: Luan Vinícius
[2025] Todos os direitos reservados.
Para aqueles que possuem o compromisso com a leitura, para aqueles que gostam de história para obter aquilo que ninguém pode tirar de nós e para aqueles que apreciam a música.
Sumário:
Jahseh
1998–2012: nascimento; família; criação
2013–2016: início de carreira; Look at Me!; Ayala
2017: Drake; saída da prisão; XXL; The Revenge Tour; 17; Rob Stone & Migos
2018: #THEHELPINGHANDCHALLENGE; ?; Breonna Starling; Spotify; 18 de junho
Agradecimentos
Notas
_________________________________________________Jahseh
Jahseh Dwayne Ricardo Onfroy, mais conhecido como XXXTentacion, ou apenas X, ou sarcasticamente por Young Dagger Dick, era um cantor e compositor estadunidense. X não foi apenas um rapper, vide a sua versatilidade musical.
Ele, assim como os também já falecidos artistas Lil Peep e Juice WRLD, é considerado uma das figuras centrais importante no estabelecimento do movimento emo rap e serviu de inspiração para outros artistas que emergiram assim como o mesmo, na plataforma de música chamada SoundCloud, que chamou a atenção do público em meados da década de 2010.
Ele começou a fazer músicas logo após ser liberado de um centro de detenção juvenil, iniciando a sua carreira musical no SoundCloud mais precisamente em 2013, empregando estilos e técnicas que não eram convencionais no hip hop, como a técnica vocal de screaming e as distorções na guitarra, tendo como referência: o heavy metal, um dos gêneros mais populares do rock, desenvolvido entre o final da década de 1960 e início da década de 1970; no emo da terceira onda, que popularizou a cena musical emocore no início dos anos 2000, representada por bandas como My Chemical Romance e Paramore; no som de Seattle, mais popularmente conhecido como movimento grunge, ou apenas grunge, que ganhou destaque na primeira metade da década de 1990, quando em 1991 foi lançado o icônico álbum Nevermind do Nirvana, que tirou Michael Jackson das paradas da Billboard 200 no ano seguinte.
Jahseh se destacava através de sua versatilidade musical, que explora gêneros, como o emo, trap, lo-fi, indie rock, punk rock, nu metal, e o principal, de grande importância para o alcance de sua popularidade; o hip hop. O seu ecletismo variava do hip hop agressivo, inspirado no punk rock que o mesmo ouvia durante sua adolescência, a músicas sombrias e lentas no estilo R&B, podendo chegar ao extremo como o heavy metal. Sua música ficou conhecida pela sonoridade lo-fi de seus vocais e músicas, que são distorcidas e não masterizadas propositalmente.
Assim como os demais artistas, o mesmo tinha influências. Kurt Cobain foi citado por ele como sendo a sua maior inspiração, de acordo com uma entrevista lançada no canal TheNuMiami, na plataforma do Youtube. Tupac Shakur, Cage the Elephant, Chingy, Coldplay, Eminem, The Fray, Chief Keef, Gorillaz, Hoobastank, Lana Del Rey, Laura Mvula, The Notorious BIG, Papa Roach, Yoko Shimomura, Tech N9ne, Three Days Grace, The Weeknd e Kanye West também eram algumas de suas maiores influências.
Suas composições foram descritas como estranhas e chocantes, muitas vezes referindo-se a violência, sexo e drogas, embora em alguns projetos como por exempo, a mixtape The Fall e o seu álbum de estreia 17, suas composições fossem mais emocionais em comparação com seus trabalhos anteriores, muitas vezes referindo-se à solidão, depressão, isolamento e ansiedade.
A sua música era muitas vezes deprimente e às vezes devastadora, o que chamava a atenção para a pauta sobre saúde mental. É interessante voltarmos alguns anos antes, para assim poder termos uma compreensão um pouco maior acerca da vida do biografado.
Fim do resumo.
Revenge Tour, 2017. © Reddit: r/XXXTENTACION
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1998–2012: nascimento; família; criação
Jahseh Dwayne Ricardo Onfroy nasceu numa sexta-feira de 23 de janeiro de 1998, em Plantation, Flórida. Filho de pais oriundos da Jamaica que se estabeleceram na Flórida, seu pai era Dwayne Ricardo Onfroy e sua mãe era Cleópatra Eretha Dreena Bernard. Tanto o pai quanto o avô de Onfroy eram rastafarianos. Quanto à sua mãe, a religião pela qual a mesma é adepta é a cristandade.
Seu pai, Dwayne, o nomeou em homenagem à música de Bob Marley “So Jah Seh”, que insere trechos da passagem bíblica de Ezequiel 34. Dwayne explica em uma entrevista para o The Florida Files, que “Jah” significa Deus, enquanto “Seh” significa disse. O que, numa tradução literal, significa Deus disse ou da boca de Deus. Ele fez a junção das duas palavras e ficou Jahseh.
Onfroy nasceu em um trabalho de parto de 24 horas, segundo Cleópatra. Nasceu com a pele clara, a ponto de sua mãe questionar ironicamente de onde o mesmo veio. Ele tinha um defeito de nascença no septo ventricular, conhecido como “buraco no coração”. Esse defeito é bastante comum e se fecha na idade adulta, mas até lá, pode causar tensão no coração, forçando-o a trabalhar mais para bombear o sangue. Devido à essa condição, Jahseh nunca cresceu mais do que aproximadamente 1,68 cm.
De acordo com a sua biografia escrita por Jonathan Reiss e lançada em 2020, o pai de Jahseh morava na 817 Thirty-Sixth Street em West Palm Beach e junto com a filha Ariana Onfroy e sua então parceira, chamada Tashno Freeman. Poucos meses depois de seu nascimento, Jahseh foi morar com ambos, o que durou cerca de um ano essa convivência, de acordo com Ariana. Dwayne foi despejado da casa em 1997 e levado ao tribunal pelo menos duas vezes por questões de paternidade por duas mulheres diferentes, nenhuma das quais era mãe de Jahseh.
Cleopatra Bernard levaria o seu filho para morar com ela. De acordo com Reiss, uma fonte que conhecia ambos os pais disse que a mudança foi resultado de discórdia dentro da casa de Onfroy. Dwayne teve outro filho fora de seu relacionamento com Tashno, o que em um determinado momento, levou a mesma a ligar para Cleópatra e perguntar onde poderia encontrá-la para entregar o seu filho. Ambas se conheceram em um posto de gasolina.
A mãe de Jahseh afirmou que Dwayne o buscava durante os fins de semana, que revezavam durante as férias ou verões ou outras ocasiões. Afirma que ele não a ajudou financeiramente na criação do filho, que o teve com apenas 17 anos, o que foi muito difícil, pois não teve suporte, então, somente ela pagava as contas e trabalhava para poder criá-lo. E por esta razão, durante este período, Jahseh ficava sob os cuidados de uma babá ou então numa creche.
Cleópatra chegou a imaginar que ele cresceu como um garoto mimado, mas tardiamente chegou a conclusão do quão solitário ele pôde ter se sentido devido a esta condição na qual o mesmo foi submetido. Cleópatra acredita que de fato Dwayne amava o seu filho, mas só estava presente até que não pudesse estar.
Jahseh tinha dois meio-irmãos; a mais velha chamada Ariana e um irmão mais novo chamado Aiden. Ele passou a maior parte de sua infância em Lauderhill, uma cidade no estado da Flórida que fica entre sete a oito minutos de Plantation, onde nasceu.
Quando criança, ele encontrou o corpo falecido de seu tio depois que o mesmo cometeu suicídio por enforcamento. Jahseh fez referência ao trauma do incidente em sua música chamada “Who The Fuck Is God?”. Em 2017, durante uma entrevista, Onfroy aludiu que havia sido abusado sexualmente por um adulto não identificado quando era criança, embora até então não haja manifestação de nenhuma testemunha deste caso. Outros eventos traumáticos que Onfroy afirmou ter testemunhado durante a infância, incluíam alguém sendo torturado fisicamente e alguém sendo estuprado.
De acordo com sua mãe, ele era espancado rotineiramente por seu pai quando criança; ela alegou que o pai dele tentou bater nela na frente do jovem em várias ocasiões. Quando tinha seis anos, Jahseh supostamente tentou esfaquear um homem que tentava atacar sua mãe e acabou sendo colocado em um programa para jovens antes de morar com sua avó. Uma fonte próxima à família Onfroy negou que o suposto incidente de esfaqueamento tenha ocorrido e não pôde ser corroborado por relatórios policiais, uma vez que o rapaz era menor de idade.
Em 2008, quando Onfroy tinha dez anos, seu pai pegou pena de nove anos de prisão no Arizona sob acusações da RICO (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act/Lei de Organizações Corruptas e Influenciadas por Racketeers), depois que a DEA (Drug Enforcement Administration/Agência Nacional de Investigações) organizou uma operação policial. Posteriormente, o pai de Onfroy seria libertado da custódia do BOP (Federal Bureau of Prisons/agência federal de aplicação da lei dos Estados Unidos) em 30 de outubro de 2015 e deportado para a Jamaica no final de 2016.
De acordo com um artigo publicado, disponível na página miaminewtimes, devido aos problemas pessoais de sua mãe, aos doze anos, Jahseh passou a ser criado por sua avó, Collette Jones, em um condomínio fechado em Lauderhill. Ele afirmou que a sua avó o tratava como se fosse a sua mãe, enquanto a sua mãe era quase como uma irmã. O relacionamento de Onfroy com sua mãe foi um dos aspectos definidores de sua infância e está ligado ao padrão de conflito que caracterizou a sua adolescência.
“Pelo que me lembro, nunca vi Jahseh morando com sua mãe”, disse sua meia-irmã Ariana Onfroy, que viveu com o irmão por cerca de um ano. "Ele estava sempre morando com outras pessoas."
A separação de sua mãe o afetou quando criança. Quando estava por perto, ela comprava presentes para ele, como roupas da marca Abercrombie & Fitch e os telefones da época, primeiro o Kyocera slide-up e depois o Motorola Razr. Quando passou a morar com a avó, longe de Bernard, o vazio abalou a auto-estima de Onfroy.
“Foi minha mãe quem me vestiu”, disse ele a um entrevistador em 2016. “Foi minha mãe quem me dizia que eu estava bonito pela manhã ou que precisava tomar banho”.
O interesse de Onfroy pela música começou inicialmente depois que sua tia o convenceu a começar a frequentar o coral da escola e mais tarde o coral da igreja. Ele logo foi expulso do coral da escola após agredir um colega por tocá-lo. Onfroy frequentou a Margate Middle School, da qual foi posteriormente expulso após uma série de problemas envolvendo mau comportamento.
A mãe de Jahseh compartilhou uma história da época, quando o filho ainda frequentava a Margate Middle School, uma colega de classe teve uma queda por ele, e na linguagem da “paixão adolescente”, ela demonstrou isso batendo nele. Onfroy então perguntou à mãe se ele poderia revidar. Ela o orientou a avisar à menina que se a mesma continuar o agredindo, que então o mesmo iria lidar com essa situação. Na vez seguinte em que a garota o agrediu, ele disse que deu um tapa e uma joelhada nela. Sua mãe ficou surpresa com a seriedade que ele levou por suas palavras.
Onfroy arrumou brigas com outros alunos para chamar a atenção da sua mãe, para fazê-la de certa forma interagir com ele, seja falando calmamente ou gritando como consequência de seu comportamento.
Depois de ter sido expulso do ensino médio por mau comportamento, Cleópatra o transferiu para um programa residencial para jovens problemáticos, o Sheridan House Family Ministries, onde felizmente permaneceu por mais de seis meses. Onfroy começou a ouvir rap, nu metal e hard rock durante seu tempo no Sheridan House Family Ministries, o que o levou a aprender a tocar piano e violão.
Em 2012, ele passou a frequentar a Piper High School. Onfroy se descreveu como sendo um desajustado naquela época, citando o quão quieto o mesmo era, apesar de ser popular e regularmente envolvido em brigas.
Quando criança, foi diagnosticado com transtorno bipolar, ele não era do tipo atlético e afirmou que era inseguro e deprimido durante seu tempo no ensino médio. Gradualmente Onfroy foi passando por problemas mais graves, que inclui: assalto à mão armada; porte ilegal de arma de fogo, devido a sua idade na época; resistência à prisão; porte de oxicodona.
Ele chegou ao segundo ano na Piper antes de abandonar para um período no centro juvenil. Ele foi condenado a um mês de detenção juvenil e seis meses em um centro de correção comportamental. Embora de baixa estatura e usando um corte de cabelo Afro com uma mecha tingida no estilo Wiz Khalifa, ele se estabeleceu como uma das personalidades mais voláteis do reformatório, onde previu uma personalidade explosiva e exagerada, que mais tarde se tornaria sua marca.
Relembrando o tempo que passou na detenção, Onfroy disse que era respeitoso com os policiais e funcionários e costumava proteger as pessoas de outros presos, incluindo o colega de cela homossexual, a quem Onfroy atacou por supostamente olhá-lo enquanto ele trocava de roupa. Ele afirmou que o incidente não teve nada a ver com a sexualidade do preso, que ele apoiava os direitos dos homossexuais e que não era homofóbico. Onfroy descreveu numa entrevista, o alojamento com um presidiário homossexual a quem ele chama repetidamente de bicha. Ele disse que falou a um guarda:
“Se ele fizer alguma coisa que eu desaprove, vou matá-lo”.
Depois de uma ou duas semanas, quando seu colega de cela começou a encará-lo enquanto se vestia, Onfroy reagiu batendo a cabeça do jovem em uma parede de concreto da cela e em seguida começou a pisar forte.
“Eu ia matá-lo”, diz ele, “por causa do que ele fez, porque eu estava nu. Ele estava olhando para mim. Comecei a estrangulá-lo”.
Onfroy conta essa história numa entrevista para o canal do YouTube, No Jumper, mas não há registros que comprovem a veracidade do incidente.
Pouco depois de sua libertação, ele seria preso novamente por invadir uma casa para roubar um laptop com o objetivo de fazer música…
Jahseh. Assim como esta, as fotos abaixo possuem datas desconhecidas.
© Reddit: r/XXXTENTACION
© Reddit: r/XXXTENTACION
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© Reddit: r/XXXTENTACION
© Reddit: r/XXXTENTACION
© Reddit: r/XXXTENTACION
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_________________________________________________2013–2016: início de carreira; Look at Me!; Ayala
De acordo com a página Genius, a carreira de Onfroy como artista musical iniciou em 14 de junho de 2013, com o primeiro upload comercial de sua música intitulada "News", no SoundCloud, uma plataforma de distribuição de áudio e música lançada em 2008 e sediada em Berlim, na Alemanha. A empresa foi fundada no ano anterior ao seu lançamento por Alexander Ljung e Eric Wahlforss.
E apesar de ser conhecido principalmente pela música, o SoundCloud é aberto a qualquer tipo de conteúdo em áudio, como por exemplo, os podcasts ou audiobooks. O serviço do SoundCloud também se destaca das demais plataformas de streaming por seus recursos sociais e pela interação entre fãs e artistas. Um dos diferenciais é a capacidade de comentar em trechos específicos de uma música ou podcast.
Um ponto negativo é que por se tratar de uma plataforma aberta, a companhia enfrenta frequentes problemas com a publicação indevida de material protegido por direitos autorais, principalmente em casos de músicas remixadas por seus usuários. Fora essa última questão, pode ser que a outras funcionalidades da plataforma que foram citadas, tenha chamado a atenção de Jahseh, que teria imaginado o alcance que poderia obter ao lançar suas músicas em primeira mão por lá. Se essa suposição algum dia se tornar um fato, já podemos adiantar que a sua intuição era bastante estratégica.
A faixa “News” foi o primeiro segmento da faixa lançada em novembro de 2013, intitulada “News/Flock”. “News” foi a versão não masterizada da faixa completa, sendo esse o possível motivo de sua exclusão após três dias de sua publicação. Alega-se que a faixa foi gravada por meio de um microfone do seu smartphone.
Por muito tempo, os fãs de Jahseh estavam procurando por uma música perdida conhecida como "Track02" ou "glimpse". Em 29 de abril de 2022, foi finalmente descoberto que "glimpse" era a música "News", de acordo com as conversas de texto entre X e seu amigo bangcoupe, datada de junho de 2013 que foram resgatadas posteriormente.
Ele começou a lançar músicas de Ice Hotel, que destaca o seu gosto por samples cheios de emoção e esquemas de rimas combativas, à Willy Wonka Was A Child Murderer, essencialmente um EP de indie rock lamacento, sombrio e triste. A sua essência underground.
Depois do reformatório, ele comprou um microfone Blue Snowball no eBay e, junto com um jovem chamado Stokeley Clevon Goulbourne, que mais tarde se tornaria conhecido pela alcunha de Ski Mask the Slump God, começou a fazer música. A dupla fundou um coletivo chamado Members Only e começou a trabalhar em duas mixtapes.
De acordo com entrevistas, enquanto estava em detenção juvenil por acusações de porte de arma, ele conheceu Goulbourne. Algumas fontes entrevistadas para a biografia Look at Me!: The Xxxtentacion Story, contestam essa narrativa e dizem que a dupla se conheceu no ensino médio. Fato é que Onfroy e Goulbourne tornaram-se bons amigos e começaram a fazer freestyle.
Members Only foi um grupo formado de rappers e produtores do sul da Flórida que pensavam da mesma forma, produzindo músicas cruas, distorcidas e não hip-hop convencionais. Flyboy Tarantino, Bass Santana, Kilo Junior e Kid Trunks foram alguns dos primeiros membros da formação, e estes falaram no documentário Look At Me!, a respeito do processo de desenvolvimento do grupo, o que não foi burocrático, já que passaram boa parte do tempo na casa uns dos outros, ouvindo músicas, fazendo beatbox ou gravando músicas.
Os primeiros esforços de Jahseh exibiram duas características que se tornaram sua assinatura posteriormente: um amplo gosto por gêneros musicais distintos e uma forte determinação para fazer as coisas do seu jeito. Era o começo de uma era, onde expor a sua vulnerabilidade para o público, aproximava cada vez mais o artista que estava nascendo da pequena legião de fãs que começava a crescer gradativamente.
Bruno Dickemz, um veterano na indústria pornográfica, seguiu artistas de hip-hop da cena underground. Conheceu também diversos na ocasião. Em algum ponto, ele decidiu que queria gerenciar alguns desses artistas porque viu muito potencial.
Bruno ia a muitos shows. E em determinado momento, soube de um cara que estava começando a chamar atenção no sul da Flórida. Ele não sabia ainda que se tratava de Jahseh. Foi quando Bruno teve em mente buscar fazer esse hype crescer cada vez mais. Ele começou fazendo networking com artistas que já estavam comandando a cena underground no sul da Flórida.
Então, Onfroy soube que tinha uma estrela pornô que filmava pornô com artistas underground. Eles se conheceram posteriormente e Onfroy passou a frequentar a sua casa bem mais vezes do que deveria. Quando o encontrou dormindo no seu sofá, Bruno lembrou de que ele não morava lá. Jahseh pediu para que o deixasse morar com ele. Bruno disse:
“Tudo bem, eu serei oficialmente seu empresário. Você pode morar aqui.”
E então, ele definitivamente começou a administrar Onfroy e Goulbourne.
Onfroy afirmou que durante o seu tempo de detenção, o promotor público estava tentando julgá-lo como adulto por porte de arma, o que levaria a uma sentença de 5 a 10 anos de prisão. A versão de Onfroy sobre este período de detenção de jovens foi contestada por fontes entrevistadas para a biografia que foi lançada em 2020; ele pode ter cumprido um mês de detenção como parte de uma pena mais ampla de menos de um ano, e as suas acusações não podem ser corroboradas por ficheiros públicos, uma vez que era menor de idade.
Um dos primeiros relacionamentos amorosos de Jahseh foi com Cinthia Yamila Ghan Perez, eles começaram a namorar entre 2013 ou 2014, quando o mesmo lhe mandou uma mensagem na rede social que anteriormente era chamada de Twitter, a atual X. Cinthia tinha exatos 15 anos quando se conheceram, ela é a possível musa inspiradora para suas músicas, como: “TheresAnElephantInTheRoom”, “LUNACY”, “WingRiddenAngel”, “ImAloneImSorryCinthia”, “Let’s Pretend We’re Numb” e possivelmente “I Don't Wanna Do This Anymore”.
Ele tinha uma tatuagem de uma cabeça de elefante no pescoço, que era o animal favorito de Cinthia. E também a chamava de "seu elefante". A tatuagem supostamente tem relação com a natureza do animal, sendo uma criatura passiva e também agressiva quando provocada, o que define bem o Jahseh. Cinthia de alguma forma fez Onfroy apreciar elefantes como ela, o que era uma coisa romântica entre eles.
Eles eram muito próximos, saiam juntos, o que é bastante comum entre muitos casais. Ele adorava ir à casa dela para passar o tempo juntos, como se abraçando ou o que quer que fosse. Onfroy sempre a declarou como sendo o amor da sua vida. Cinthia disse em uma live que terminou o relacionamento quando o pegou transando com a melhor amiga dela. Esse término ocorreu por volta do final de 2015 e foi um acontecimento dramático, o que serviu como inspiração para a música “ImAloneImSorryCinthia”.
De acordo com Jonathan Reiss, o tatuador da Flórida, Kurious Ink, afirmou que a tatuagem do elefante no pescoço de Onfroy estava inacabada. O elefante deveria ter muito mais detalhes no rosto e no nariz e ter um fundo preto, mas ele, apesar de ter sido um cara durão, não conseguia ficar sentado por mais de uma hora. Kurious Ink disse que tentou fazer o mesmo sentar novamente para poder terminar, ou voltar em outra ocasião para terminar, mas ele não quis. Ele fez várias tatuagens junto com o elefante na mesma sessão, notavelmente as letras “VR” em seu estômago, “Kill Me” em sua mão e “Numb” em seu rosto.
Depois que Onfroy adotou o apelido XXXTentacion, que pronuncia-se XXX-tent-asi-ohn, em espanhol, ele lançou sua primeira música não excluída, chamada “Vice City” no SoundCloud, incluída em sua mixtape de estreia XXX (Unmastered) lançada em 5 de março de 2014. A mixtape de estreia consistia principalmente em suas músicas anteriores de 2013 e 2014 no SoundCloud, “vice city”, “al.one”, “M011Y FREESTYLE SLOPPED”, “DEAD” e “THE END IS NIGH” e entre outros.
Desde então, a mixtape foi excluída e muitas músicas acabaram sendo perdidas, mas “vice city”, a primeira música pública de X em seu SoundCloud até o momento, pôde ser resgatada. “vice city” é um clássico e possui uma icônica melodia, com a justaposição da amostra de Laura Mvula de sua música “Sing to the Moon”. A letra retrata o seu lado mais emocional, deprimente, preso dentro da própria cabeça com pensamentos de morte. Na música, X alterna entre fazer rap raivoso, profundidade e ponderação.
O nome da música faz referência a famosa franquia de videogame, chamada GTA, sigla para Grand Theft Auto, mais notavelmente do sexto jogo da série, Grand Theft Auto Vice City. O curioso é que X nasceu e viveu na Flórida, é interessante notar que a história do jogo se passa em Miami. A arte da capa da música também é uma captura de tela do jogo. O instrumental da música foi feito por Canis Major e lançado no YouTube com um beat gratuito. X acelerou um pouco o beat, mas o original ainda está disponível online, intitulado: FREE BEAT - LOGIC TYPE BEAT - YOUNG SINATRA - PROD. BY Canis Major.
Referente a mixtape de modo geral, mais da metade desapareceu. A versão completa não pode ser encontrada em nenhum lugar da internet. A tracklist em si também é desconhecida, pois só é possível identificar três faixas. X então continuaria lançando pequenos trechos de suas músicas que lançaria em breve ou manteria inéditas. ele eventualmente se juntou ao grupo Very Rare de Ski Mask, antes de se separar e iniciar o coletivo Members Only em 2015, ao qual Ski Mask também se juntou.
Ele lançou o seu segundo EP, chamado E.motion, em 30 de abril de 2014, junto com a versão original da música "Ecstasy" posteriormente remixada para o que seria o último álbum de X, Bad Vibes Forever. The Nobody's e The Fall deveriam fazer parte de uma trilogia de EPs ao lado de The Underworld, inspirada na trilogia de mixtapes de The Weeknd.
Porém, The Underworld foi completamente abandonado quando ele começou a trabalhar em outros projetos. Uma versão inacabada de The Nobody's foi lançada em 11 de julho, mas foi rapidamente removida quando o mesmo decidiu continuar trabalhando nela antes de relançar este EP completamente finalizado, mas isso nunca aconteceu. The Fall foi lançado em 21 de novembro.
Em agosto de 2014, o cinegrafista do sul da Flórida, Daniel Calle, estava agendando um show de artistas locais em Hollywood, Flórida. Calle lembra que X o procurou e disse que queria ser incluído na programação. O mesmo informou que não poderia conceder o seu pedido, mas ele insistiu que queria participar e que iria mesmo assim. Calle tentou impedi-lo e apesar do seu tamanho, Onfroy dava o seu jeito para fazer as coisas acontecerem. "Não poderia" simplesmente não consta em seu vocabulário, já que o rapper do sul da Flórida apareceu e se apresentou apesar de ter o seu pedido negado. A rebeldia era um traço forte de Jahseh e essa personalidade o levou longe, já que sua rebeldia era sua forma de persistência para alcançar um objetivo.
Quando Ayala conheceu X em novembro, ela morava com o namorado do colégio. O relacionamento deles estava tenso. Eles brigavam com frequência e, depois de uma discussão particularmente forte, o namorado acessou o Twitter, atual X, e postou uma foto ilícita de Ayala, expondo-a sem o seu consentimento. X, que viu a foto, mandou uma mensagem para ela e insistiu que fosse brigar com o seu então namorado. Ayala não conhecia X, mas ele foi enfático.
“Ele estava tipo, ‘seu namorado não deveria estar fazendo uma merda dessas’”, diz ela.
Ele marcou a data e hora para resolverem essa questão cara a cara. No dia exato, ela conheceu Onfroy com dois amigos no cinema de Coral Springs, mas o namorado dela nunca apareceu. O grupo saiu em vez disso. Ele deu a entender que gostava de Ayala e a certa altura puxou-a para o seu colo de uma forma surpreendente, mas não desanimadora.
“Eu também gostei dele”, diz ela. "Eu pensei: ele é fofo. Ele parece inteligente."
Quando ele a deixou mais tarde naquela noite, ela esqueceu o telefone no carro. Eles combinaram um encontro no McDonald's no dia seguinte, mas a conversa logo se transformou em um “hangout”.
"Eu tinha o cabelo curto e cacheado e ele estava fazendo barulhos estranhos, tipo Os Doodlebop”, disse ela.
Eles passaram os três dias seguintes saindo constantemente, andando pelos bairros, pegando ônibus para pontos distantes e fumando cigarros. Um dia choveu, então eles pararam no motel do tio de Ayala e passaram horas compartilhando suas histórias de vida. X comprou presentes para ela, presentes atenciosos, não uma pulseira padrão ou o ursinho de pelúcia.
“Ele me deu um travesseiro”, diz Ayala. "Bem, eu não tinha um."
No quarto dia, os dois se separaram e perderam contato. Eles não se viriam nos próximos dezoito meses, até que ele a agarrasse pelo pescoço em seu show em Oakland Park. Após esse gesto, ele a segurou por um momento e depois desapareceu. Eles se viram brevemente durante a apresentação e se abraçaram, e de acordo com Ayala, ele estava suado.
Em 20 de abril de 2015, X lançou uma mixtape colaborativa com Ski Mask, chamado Members Only Vol. 1 e posteriormente, no dia 23 de outubro, lançaria a sequência, Members Only Vol. 2, que já teria diversos membros do crescente coletivo Members Only. Em 22 de junho, X começou a usar seu antigo canal no YouTube de nome "xxxtentacion", anteriormente utilizado para fazer upload de músicas, e logo depois, passaria a enviar vídeos de jogos e vlogs. O canal tinha 32,6 milhões de assinantes e 8,3 bilhões de visualizações totais em junho de 2021.
Em 31 de dezembro, a versão original de "Look at Me!" foi lançada na conta do SoundCloud do coprodutor da música, Rojas. O rapper gravou originalmente "Look at Me!" com dois produtores do sul da Flórida, Jimmy Duval e Rojas, este último se autodenomina o "DJ Khaled do underground". A música foi postada, mas inicialmente recebeu pouca reação.
“Look At Me!” tipifica a abordagem profundamente melódica e cativante, embora distorcida e desequilibrada de X ao hip-hop. A faixa é granulada e “levemente” grosseira (“Eu estou tipo, vadia quem é seu namorado/Não consigo manter o meu pau nas calças”) atraiu alguns fãs obstinados. Rojas contou ao Genius sobre as origens da música, explicando que o beat foi feito originalmente para o rapper RetCH de Nova Jersey, quando ele estava na Flórida para realizar alguns shows.
“Nunca conseguimos enviá-lo para RetCH porque ele foi para a prisão e eu perdi contato com ele e seu empresário”, diz Rojas.
Rojas nasceu no condado de Broward e originalmente procurou X depois de vê-lo se apresentar em um show de heavy metal. O produtor se deparou com os vocais misteriosos da música “Changes”, do pioneiro de dubstep no Reino Unido, Mala, de 2007, alguns meses antes de usá-la no beat de “Look At Me!” quando ouviu “Water” de Young Roddy - The Game na verdade a usou pela primeira vez para “Holy Water” em 2012.
“Um dia, eu e X estávamos sentados no berço tocando beats e ele não estava curtindo nenhuma delas, e então a última que mostrei a ele foi aquela batida, e ele disse, 'Rojas, é isso!'”, ele diz ao Genius. “Em 15 minutos, estava feito. X já conhecia a música inteira em sua cabeça antes de fazê-la. Ele é criativo pra caralho. X decidiu distorcer a faixa inteira de uma só vez.”
No dia 28 de abril de 2016, X lançou o EP Willy Wonka Was a Child Murderer, com músicas fortemente inspiradas no heavy metal e na música indie. No mesmo período, ele deixou seu emprego como operador de call center devido à sua crescente carreira musical e foi morar com o rapper Denzel Curry e o produtor Ronny J.
Entre 2015 e 2016, Dylan Turner, conhecido profissionalmente como Tablez, um nativo de Nova Jersey que estudava na Full Sail University, administrou X e seu melhor amigo Ski Mask naquele ano. Devido à inexperiência de X na música e à inexperiência de Tablez em gestão, eles concordaram que este último seria pago apenas com os rendimentos da música "Look at Me!".
Uma noite, em algum momento no período que demarca entre Janeiro a Junho de 2016 para ser mais preciso, Ski Mask e Tablez discutiram enquanto estavam no apartamento de Tablez, o que levou Ski Mask a sair furioso. Ski Mask mais tarde ligou para X enquanto estava bêbado e mentiu para ele, alegando que Tablez havia roubado milhares de dólares de X.
De acordo com o relato de Tablez, dias depois, X bateu em sua porta, quando o mesmo abriu, seis pessoas entraram correndo. X e o empresário tiveram uma discussão verbal sobre o dinheiro. Ele afirmou que também estava bravo porque não fez o que estava sendo acusado e se ofereceu a mostrar o seu computador para que X pudesse ver todos os números, mas ele não queria ouvir. Ele alegou que X pegou uma faca na sua cozinha e disse:
"E se eu te esfaquear? Você ainda estaria roubando meu dinheiro?”
Tablez disse que não sabia até então se ele realmente pretendia esfaqueá-lo ou se seria apenas uma forma de intimidação, até que:
“Ele estava esfaqueando o ar na minha frente, me empurrando para o corredor e, finalmente, entrei na porta do meu quarto e ele me esfaqueou no baixo-ventre, bem ao lado do meu quadril esquerdo.”
X chegou a dizer em estado de choque: "Oh, merda!", depois que Tablez exclamou para o mesmo que ele o havia esfaqueado. A lâmina afundou em seu abdômen. Tablez contou que X e os outros homens roubaram seu laptop e fugiram do local.
O empresário precisou fazer uma cirurgia reconstrutiva porque todos os seus órgãos se moveram para fora do lugar, o seu estômago ficou aberto. O médico lhe disse que um centímetro para cima, para a esquerda ou para a direita, e o mesmo teria sangrado até a morte antes de chegar ao hospital.
“Eu não conseguia fazer nada sozinho. Nem mesmo sentar quando estava deitado. Foi uma experiência muito difícil”, disse. “Para piorar a situação, tive que voltar para minha cidade natal em Nova Jersey porque não conseguia fazer nada sozinho. Perdi todo o trabalho, músicas, fotos e memórias do meu computador, incluindo muitos arquivos inéditos do Jahseh. Mesmo tendo recuperado meu computador, X apagou todos os arquivos para poder doá-lo para Geneva (Ayala). Eu já tinha abandonado a faculdade e me dedicado integralmente ao Members Only, então foi basicamente como se eu tivesse perdido meu emprego na mesma época, e dois meses depois meu pai morreu de câncer. 2016 foi um ano difícil para mim, mentalmente.”
Tablez prometeu retirar as acusações contra X se seu computador fosse devolvido, alegando que não queria que uma escolha ruim definisse quem era Onfroy. O computador foi devolvido e Tablez manteve sua palavra, apesar de todos os seus arquivos terem sido excluídos. X pagou todas as contas hospitalares de Tablez e mais tarde pediu desculpas e agradeceu por retirar as acusações, dizendo a ele:
"Obrigado por retirar as acusações. Por mais complicada que seja a situação, estarei para sempre em dívida com você."
Quando questionado se achava que X estava realmente mudando mais tarde na vida para se tornar uma pessoa melhor, Tablez respondeu:
"Sim. No fundo, todos nós estamos."
No final de maio, X estava se preparando para se apresentar em um local improvisado próximo a um brechó em Oakland Park. Enquanto os espectadores se aglomeravam, X avistou uma garota do outro lado da sala. Ela tinha uma estrutura de modelo, delineador escuro, unhas de acrílico com centímetros de comprimento e uma cabeça com cachos curtos e soltos. Ele foi direto até ela.
“Ele olhou nos meus olhos”, diz a garota. Então ele a agarrou pela garganta. "Ele fez com que parecesse sexy."
A jovem era Geneva Ayala, o conhecia a pouco tempo e era cerca de dois anos mais velha. Ela raramente falava com a mídia durante o período que marcaria morbidamente a sua história com X, mas concordou em falar oficialmente com o New Times. Embora ela não o visse há tempos, eles estavam flertando livremente nas redes sociais por mais de um ano. “Eu e você ficaremos juntos antes de eu ser famoso”, mensagem que certa vez ele enviou para ela.
Assim como X, Ayala teve um começo de vida bastante caótico. A mãe dela não estava interessada em crianças e o seu pai era uma pessoa distante da sua vida. Aos 4 anos, Ayala foi morar com a avó em Miami, onde andou de bicicleta pelas escolas primárias para fugir do bullying. Aos 12 anos, ela voltou para a casa da mãe. Embora o relacionamento deles fosse difícil, Ayala não queria ir embora.
Mas quando tinha 16 anos, a sua mãe deixou de pagar a energia e depois a água. Logo, ela ordenou que Ayala se mudasse. Sua mãe estava grávida, foi morar com o namorado e deixou a filha para trás.
“Ela disse a ela (Ayala) que havia um abrigo em Homestead para onde ela poderia ir”, lembraria mais tarde uma testemunha não identificada aos promotores estaduais, que passariam meses investigando as alegações de abuso de Ayala.
Mais tarde, Ayala voltou para casa. Ela ficou com os vizinhos por um tempo, ocasionalmente em um motel de propriedade de seu tio em Hollywood, com sua avó e em parques quando necessário. Ela trabalharia horas extras em uma Pizza Hut para pagar comida e despesas extras.
Ao reencontrar Ayala, X convidou ela e um amigo para uma festa na casa de uma estrela pornô hardcore, Bruno Dickemz, em North Miami, que por acaso trabalhava então como empresário do cantor. Eles concordaram. Ayala ainda morava com o namorado, mas o relacionamento deles havia azedado. Na hora, X se ofereceu para deixá-la morar com ele. Ele disse que gostava dela e sempre os imaginou juntos. Ela concordou em pensar sobre isso.
Na manhã seguinte, ela começou a fazer as malas. Ayala mudou-se para a casa de Dickemz com X naquele dia e quase imediatamente percebeu que algo estava errado. De acordo com seu depoimento e entrevista, duas semanas depois de se mudar, Ayala elogiou um amigo por suas novas joias em um vídeo do Snapchat que o mesmo postou. Isso levou X a agarrar seu iPhone 6S, quebrá-lo no chão e bater com força no rosto dela. Mais tarde, ele consertou o telefone, mas Ayala ficou atordoada.
“Levei um tapa sem motivo, e ele continuou agindo como se tudo estivesse bem”. Mais tarde naquele dia, X bateu nela novamente. “Fiquei muito tonta, porque o tapa foi muito forte”, lembra ela. "Foi uma daquelas bofetadas em que você ouve um toque."
Ela ficou sentada por um segundo atordoada. X disse-lhe para esperar e depois saiu da sala. Ele voltou segurando um garfo de churrasco de cabo longo e uma escova de arame para churrasco. Ele pediu para que ela escolhesse qual dos dois queria que fosse usado. Ayala estava confusa como, usar para quê? Em depoimento prestado sete meses depois, ela contou a um promotor:
“Ele me disse para escolher entre os dois, porque ia colocar um deles na minha vagina”.
Ela escolheu o garfo. Então, X começou a puxar seu vestido listrado preto e branco. Ele arrastou levemente o garfo contra a pele da coxa dela. Ayala desmaiou.
“Quando acordei, lembro-me de ter pensado: não posso deixar isso acontecer comigo”, disse. "Isso, aqui mesmo, não pode acontecer comigo."
Ayala queria ir embora. Mas estava claro que X não se sentiria confortável com isso, ela afirmou no seu depoimento. Ela também não tocou no assunto de ir embora porque, segundo o depoimento, “estava com medo de ser aberta com ele”. Quando ela falava, ele dizia que ela parecia estúpida.
Então, quando X se mudou para Orlando no final de junho, Ayala foi com ele. Os depoimentos dados por ela detalham um padrão de abusos regulares e torturantes naquele verão, com ataques verbais diários e incidentes físicos a cada três ou quatro dias. De acordo com Ayala, ele bateu nela algumas vezes, sufocou-a, quebrou cabides em suas pernas, ameaçou cortar seu cabelo ou a sua língua, pressionou facas ou tesouras em seu rosto e manteve sua cabeça debaixo d'água no banheiro enquanto ameaçava afogá-la.
Cerca de uma semana e meia depois da mudança para Orlando, Ayala e X estavam a caminho de um show juntos. Eles ouviram uma das músicas de X no carro e ela cantou junto com o verso dele. Então ela cantarolou junto com um verso de um artista destacado na faixa. Depois disso, X ficou em silêncio e a deixou no carro do lado de fora do local. Lá dentro, eles começaram a discutir. Quando chegaram em casa depois do show, ele a levou ao banheiro.
“Ele estava me perguntando por que eu estava cantando a parte da música de seu amigo, se eu gosto dele e como sempre olho o Twitter dele (do amigo)”, disse ela.
Então, X deu-lhe uma cabeçada, deu-lhe um soco, pisoteou-a e colocou-a na banheira, onde continuou a bater-lhe e pontapeá-la.
“Ele também queria cortar minha língua porque eu estava cantando a música”, disse ela.
Ela tentou fugir pela rua. Ele a seguiu e ela caiu, fazendo com que sua cabeça batesse na calçada. Ela ficou com os olhos roxos, um caroço na parte de trás da cabeça, marcas de arranhões e hematomas, incluindo um grande hematoma no tornozelo, onde ele a pisoteou.
Os gatilhos de X eram, de certa forma, previsíveis. Geralmente ciúme, mas também situações erráticas. Pequenas coisas podiam irritá-lo.
“Uma vez, estávamos todos no carro e meu ex fez uma piada”, diz Talyssa Lee, que estava namorando um dos produtores de X em 2016. “[Ayala] apenas riu em reação. Quando chegamos em casa, [Onfroy] entrou na outra sala e começou a bater nela”.
Lee, que não conhecia Ayala ou X antes da semana da viagem de carro, notou marcas no corpo de Ayala poucas horas depois de conhecê-la.
“Ficou muito claro que ele [Onfroy] estava evitando o rosto dela”, disse. "Ele estava batendo no queixo dela, nas costas, suas costelas estavam todas machucadas. Quase tão perturbador quanto o abuso evidente”, disse Lee, “foi a falta de resposta de qualquer pessoa ao redor da dupla. Todos os meninos ao seu redor testemunharam essa merda”, continuou. "Não posso simplesmente ficar sentado aqui e ouvir uma garota gritando no quarto ao lado... sua voz gorgolejante porque ela está presa debaixo d'água."
“Sua coisa favorita era dar um ‘backhand’ na minha boca”, disse Ayala. "Isso sempre deixava vergões dentro dos meus lábios."
Quando questionada durante o depoimento para identificar os dias em que ele ameaçou matá-la, ela respondeu que quando ainda moravam em Orlando, era literalmente como todos os dias.
X tornou público suas crenças políticas e pessoais ao longo de sua carreira. X opôs-se à candidatura presidencial de Donald Trump e, em vez disso, sinalizou apoio ao candidato democrata Bernie Sanders. Prevendo uma vitória de Trump, ele tuitou: "Por mais que eu odeie aquele pedaço de merda do Donald Trump, vocês sabem que esse filho da puta vai vencer, certo?"
Ele também afirmou que, embora não tivesse uma opinião positiva sobre a candidata democrata Hillary Clinton, descrevendo-a como lixo, ele não queria que Trump vencesse porque, quando Trump entrasse, estaria acabado para todas as minorias bonitas. Era o seu jeito sarcástico de expor o seu descontentamento que os mais próximos dele conheciam. Suas canções "Hate Will Never Win" e "Suicide Pit" contêm letras anti-Trump de modo sútil.
No dia 28 de junho, o rapper Not Linden postou em seu twitter: “XXXTENTACION É UM SCAMMER (Golpista), O PRETO QUER LUTAR COMIGO E USAR ESTA MERDA PARA INFLUENCIAR QUANDO AINDA ME DEVE 1.100 DÓLARES”. O contexto deste tweet, é que Linden contatou X no antigo Twitter e pediu-lhe um verso especial para uma de suas músicas. X inicialmente concordou em discutir mais a fundo essa possível colaboração. Eles concordaram em Linden pagar US$500 pela colaboração, que foi pago em espécie.
É importante recordar que X ainda não era tão famoso naquele ano. Esses tipos de colaborações eram bastante comuns para ele naquele período. Os dias se passaram e o prazo que eles estabeleceram foi passando, enquanto Linden nunca recebeu o verso especial de X. O rapper continuou enviando mensagens para X com perguntas sobre a transação do verso principal, mas foi ignorado por algumas semanas. Eventualmente, cansado de esperar, Linden contatou o gerente do X por e-mail e explicou toda a situação.
De acordo com o e-mail, Linden não estava mais interessado no verso principal, mas queria um reembolso total de seus US$1.100. Quando X soube que Linden havia entrado em contato com seu empresário, ele deu uma resposta ameaçadora:
“Da próxima vez que te ver, vou te dar uma surra”.
Linden foi ao próximo show do X e o encontrou nos bastidores após a apresentação. Foi nesse momento que aconteceu a briga e onde o vídeo foi feito. A briga entre eles viralizou. Não está claro quem iniciou a briga e quais eram as intenções de Linden quando compareceu ao show de X. Mas depois, X foi apoiado por seus fãs, já que muitos pensavam que sem um contrato a transação não seria válida.
“YuNg BrAtZ” foi lançado no dia 4 de julho. Esta que seria uma diss track direcionada ao Linden, onde X o provoca, adicionando o áudio da briga como fundo de melodia da música. A arte da capa foi tirada da briga de X com Linden. Inicialmente seria o primeiro single da mixtape Bad Vibes Forever, já que o projeto estava programado para ser lançado em 31 de outubro, mas foi adiado. Eventualmente, X adicionou a faixa em sua mixtape comercial de estreia, Revenge.
Em 14 de julho, X foi autuado em Orange County, Flórida, acusado de roubo, agressão com arma mortal e invasão de casa cometida em 16 de novembro do ano anterior. De acordo com o relatório de prisão, X entrou na casa de Che Thomas com outras três pessoas, armadas com armas de fogo. Depois de dar três coronhadas em Thomas com a pistola, ele escapou de casa com um iPad, um iPhone, um Sony PlayStation Portable e US$20. Enquanto X estava sob custódia, Lee e alguns outros amigos ajudaram Ayala a escapar. Pouco depois, ela se mudou para o Texas, longe dele.
X foi preso originalmente em Orlando, mas depois foi transferido para Orange County. As suas constantes deslocalizações deveram-se a um plano eventualmente bem sucedido dos procuradores para encontrar uma jurisdição que o acusasse como adulto por um crime cometido quando era menor.
Em agosto, X e Ayala retomaram o contato. Ayala ligou para a mãe para buscá-la e depois foi ficar com uma amiga no Texas. Mas ela logo teve que retornar ao sul da Flórida, onde suas acomodações planejadas não deram certo e ela acabou morando com os amigos de X. Nessa época, ela fez sexo com outro homem.
Numa entrevista lançada em setembro, ao podcast The Mars Files, X falou sobre lutar contra a depressão.
“Realmente não existe felicidade”, disse ele a certa altura, acrescentando mais tarde uma referência: “A única pessoa que me inspira é Kurt Cobain. Ele fez bem pra caralho, cara.”
X foi libertado em 16 de setembro sob fiança de US$50 mil e colocado em prisão domiciliar. Após Thomas solicitar que X não recebesse pena de prisão, X não contestou as acusações e foi finalmente condenado a seis anos de liberdade condicional. X e Ayala voltaram a morar juntos no norte de Miami. Ele disse a ela que sabia que ela o havia traído.
Ele colocou uma faca no pescoço dela, estrangulou-a e a chamou de vadia. Naquela noite, ele a acordou e disse-lhe para sair, onde pegou uma garrafa de cerveja vazia e exigiu que ela lhe contasse a verdade ou iria foder-la. Ela respondeu que já estava contando a verdade, que havia traído e estava arrependida. Ele largou a garrafa, deu um tapa nela e a deixou voltar para a cama. O episódio deixou X com uma paranóia histérica de que ela estava escondendo algo. Em outra versão, ele ameaçou suicídio pendurando-se em uma varanda do 12º andar, segurando-se na grade apenas com as pernas.
“Esses episódios poderiam surgir do nada. Quando Onfroy não estava com raiva”, diz Ayala, eles se davam bem. Eles estavam tentando ter um filho e, “quando o teste de gravidez deu positivo, Onfroy ficou feliz”, diz ela.
Mas na manhã de 6 de outubro, enquanto seus colegas de quarto estavam fora e Ayala estava deitada no peito de X, ele explodiu.
“Ele ficou tipo, 'Você precisa me dizer a verdade agora ou eu mato você e esse idiota'”, disse Ayala em seu depoimento, “o idiota significa a criança”.
Nos 15 minutos seguintes, ela afirmou, X lhe deu um soco, um tapa, uma cotovelada, estrangulou-a e deu uma cabeçada nela com uma força sem precedentes. Quando Ayala se viu no espelho, suas têmporas estavam inchadas, seus olhos estavam vazando e ela sentiu como se sua cabeça fosse estalar. Nessa época, ela começou a perder a visão. Ela vomitou.
De acordo com o depoimento, X ainda estava batendo nela quando outras pessoas que dividiam o mesmo quarto do apartamento de Sweetwater acabaram por chegar e ela pediu-lhes que a deixassem ir ao hospital. X disse que ela não poderia sair até que seu rosto estivesse curado, caso contrário a polícia seria chamada.
Os colegas de quarto não identificados colocaram saquinhos de chá nos olhos e pomada antibiótica nos machucados. X disse que ela precisava usar um moletom. Ele colocou um óculos escuro nela, depois todos entraram no carro e foram até um apartamento onde ela nunca havia estado antes, em North Miami Beach. O moletom e os óculos foram registrados no relatório policial. Eles a deixaram em um quarto e X confiscou seu telefone e a deixou no quarto dos fundos de Dickemz por dois dias.
Nos dois dias seguintes ela não saiu daquele quarto, exceto para usar o banheiro adjacente. Ela não conseguia encontrar uma maneira de fugir. Havia grades nas janelas.
“Se você for inteligente, ficará comigo até conseguir um carro e ter dinheiro suficiente para se mudar para um apartamento”, ele disse a ela. “Porque se você sair agora, você estará apenas se preparando para o fracasso. Você vai ficar sem teto.”
Por volta das 2h da manhã do dia 8 de outubro, X estava na sala do apartamento jogando Minecraft e usando o Skype. Ayala o avisou que estava indo para a cozinha preparar alguma comida para ele. Ela abriu a porta da geladeira o suficiente para que ele não pudesse vê-la caso se agachasse, e então abriu uma porta lateral e correu para a rua principal mais próxima que conhecia.
Ela não tinha dinheiro. Então perguntou a alguém se poderia usar o telefone e ligou para o único número que sabia de cor. Era o número do ex-namorado com quem ela morava na noite em que concordou em ir morar com X. A mãe daquele ex-namorado a levou ao departamento de polícia de Miami Beach.
Na manhã seguinte, a Polícia de Sweetwater prendeu X e mais tarde o acusou de agressão agravada contra uma vítima grávida, violência doméstica por estrangulamento, cárcere privado e adulteração de testemunhas. Ele se declarou inocente e pagou fiança por US$10.000, mas logo foi detido por autoridades do condado de Broward por violar sua prisão domiciliar. Ayala não recuperou o seu telefone até que ele fosse preso.
X trabalhava no que originalmente seria o seu primeiro álbum de estúdio, chamado Bad Vibes Forever, no momento em que foi preso e que tinha a data de lançamento prevista para 31 de outubro. Com esse acontecimento, o álbum perdeu a data de lançamento e foi adiado.
Ayala disse que X muitas vezes a culpava por quase tentativas de suicídio, disse que ele costumava encher uma banheira com água, depois pegar o micro-ondas, ameaçando se jogar com o aparelho eletrodoméstico nas mãos. Outra vez, ele supostamente se pendurou pelas pernas em uma varanda do 12º andar e ameaçou suicídio novamente depois de saber que Ayala o havia traído durante seu tempo na prisão. Uma testemunha do incidente afirmou que Ayala começou a acertar o rosto de X após o incidente, o que Ayala admitiu, mas disse que foi a única vez que ela bateu em X.
Colegas de quarto de X e Ayala descreveram o remorso de X após os supostos incidentes e afirmaram que ele disse que queria muito controlar sua raiva. Essa afirmação incluiu uma ocasião em que X foi descrito caindo de joelhos e chorando, implorando para si mesmo que seu comportamento mudasse.
Alguns psicólogos especularam que X pode ter sofrido de um distúrbio de apego decorrente da ausência de sua mãe e de seu pai durante a infância, o que poderia tê-lo tornado propenso a explosões violentas incontroláveis. Ele foi re-diagnosticado com transtorno bipolar quando adulto, após ser inicialmente diagnosticado quando criança. X estava consultando um terapeuta e começou a tomar medicamentos.
Após os incidentes, Ayala criou uma página GoFundMe, alegando que precisava de uma cirurgia devido a danos no olho esquerdo. Ela arrecadou mais de US$32.000, incluindo US$5.000 doados por X posteriormente. A arrecadação de fundos foi temporariamente suspensa pelo GoFundMe devido a alegações de fraude. Nunca foi confirmado se Ayala fez a cirurgia.
Semanas após a sua prisão, o single "Look at Me!" que havia sido postado há quase um ano, começou a subir nas paradas…
Jahseh, 2 de janeiro de 2013.
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Jahseh e sua então namorada, Angela (Angie), 23 de dezembro de 2013.
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17 de abril de 2014.
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1° de novembro de 2014.
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4 de novembro de 2014.
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Em 2015, Jahseh em um show abraçando Kid Pronto, o garoto que seria capa do seu single de estréia “Look At Me!”.
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Jahseh em algum evento, 2015.
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Onfroy e Cinthia, 11 de junho de 2015.
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14 de junho de 2015.
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16 de junho de 2015.
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Stokeley (Ski Mask), Jahseh e Cinthia, 24 de junho de 2015.
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26 de novembro de 2015.
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Ski Mask & X, 9 de janeiro de 2016.
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Primeira entrevista para o NoJumper, 18 de abril de 2016.
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27 de abril de 2016.
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15 de maio de 2016.
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23 de junho de 2016.
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X adquire o visual icônico inspirado na personagem Cruella, 2 de julho de 2016.
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X e Ayala, 2 de julho de 2016.
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12 de julho de 2016.
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Mugshot: X na prisão, 14 de julho de 2016.
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Mugshot, 9 de agosto de 2016.
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Mugshot: a sua imagem mais conhecida, 8 de outubro de 2016.
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Mugshot, 8 de outubro de 2016.
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Mugshot, 28 de dezembro de 2016.
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2017: Drake; saída da prisão; XXL; The Revenge Tour; 17; Rob Stone & Migos
Em 1º de janeiro, um ex-motociclista de BMX tatuado e formador de opinião no assunto hip-hop, apresentador do No Jumper, Adam Grandmaison, conhecido como Adam22, anunciou que seria o então empresário de X.
“Não tenho comentários sobre os casos dele, exceto que acredito que ele não bateu na garota”, Adam22 disse por mensagem direta no Twitter.
Após o tweet sombrio de X que dizia: "Te vejo na próxima vida, se houver”, Adam22 escreveu publicamente:
“Conversei com X, ele está bem”.
Uma miscelânea de advogados representou X nos dois casos pendentes; todos se recusaram a comentar ou até então não responderam aos pedidos de comentários da Pitchfork. Adam22 direcionou a Pitchfork para uma videochamada, onde X pode ser ouvido dizendo:
“Se eu conseguir retirar essas acusações em Miami e provar que essa vadia é mentirosa, então posso sair. Ela sabia que eu estava em casa e conseguiu com que me colocassem na prisão."
Em outra videochamada, fornecida pelo gabinete do procurador do estado de Miami-Dade e prontamente disponível online, X pode ser ouvido dizendo:
“Eu não bati naquela vadia, ela foi atacada”.
Há risadas. E a mesma voz continua:
“E, a propósito, para todos vocês idiotas que pensaram que essa vadia estúpida estava grávida, recebi a papelada indicando que ela não estava grávida, então, quando eu sair, eu estarei transando com todas as suas irmãzinhas na porra do buraco da garganta.”
Novamente, risadas. Ao todo, o gabinete do procurador do estado disse que há evidências de mais de 200 ligações que X fez da prisão.
Nas semanas seguintes, ocorreu muito burburinho na internet do rap em torno de X, pois o mesmo permanecia preso na Cadeia do Condado de Broward e aguardava a pena por uma série de acusações criminais. X e sua legião de jovens fãs estavam ansiosos para vê-lo solto em 19 de janeiro, mas logo descobriram que o seu julgamento seria adiado para o mês de abril.
Mesmo na prisão, X encontrou maneiras de falar, seja com seus mais de 142 mil seguidores no antigo Twitter ou em entrevistas, onde o mesmo foi recebido, reafirmando sua inocência sem acrescentar muita clareza aos acontecimentos de 6 a 8 de outubro. Enquanto isso, Ayala enfrentou comentários de que ela provavelmente mereceu:
“EU VOU RIR QUANDO ELE FOR LIBERADO E CONTINUA A TER SUCESSO E GANHA DINHEIRO”, diz um tweet direcionado a ela.
Em dezembro do ano anterior, a conta de X no Twitter postou uma fotografia retratando a suposta vítima e a parte inferior de seu corpo nua por trás. Este tweet foi excluído. Em um tweet de acompanhamento, também deletado, a pessoa não identificada que controla a conta de X no Twitter escreveu:
“Tudo que eu abusei foi daquela buceta”.
Seu rápido crescimento logo se tornaria notório, tanto que o rapper A$AP Rocky, recitou trechos da música mais conhecida do rapper até aquele momento, “Look At Me!”.
“Ele é o cara mais durão da Flórida. Eu disse isso. E daí? Se você não gosta, chupe o meu pau”, disse Rocky numa live do Instagram.
O sul da Flórida se tornou uma das cenas de rap mais vibrantes do mundo que vinha produzindo um fluxo constante de jovens talentosos em áreas como o contato de Broward e Miami-Dade. Alguns nomes a servir de exemplos são Kodak Black, Denzel Curry, Smokepurpp, Lil Pump, Fat Nick, Pouya e entre outros. Mas a versatilidade de X o destacava enquanto o tempo passava, já que ele rapidamente emergia como uma figura singular na cena.
É relativamente raro que uma música se torne popular anos após seu lançamento. Mas quando isso ocorre, a faixa geralmente é impulsionada por algo, como um filme ou um comercial que a coloca na consciência do público. Para o single antes esquecido de Louis Armstrong, "What a Wonderful World", foi um destaque no Good Morning Vietnam. Para "500 Miles" dos Proclaimers, foi o clássico cult Benny & Joon. Para X, provavelmente foi a sua prisão.
“Look At Me!” entrava no Top 10 do Genius Top Songs Chart e alcançava mais de 300.000 visualizações. O single fortemente distorcido e muito longe da produção refinada da maioria dos sucessos mainstream, explodia nas paradas. O jovem com seus 19 anos de idade provava ser mais do que apenas um “herói underground” e gradativamente se tornava uma figura cult.
X tinha planos para lançar um álbum completo chamado 17 naquele ano, além de uma mixtape intitulada I Need Jesus the Mixtape, uma nova mixtape com seu coletivo chamada Members Only Volume 3, e até mesmo uma amostra de filme de terror baseada em uma fita experimental chamada Horror Junky.
X ainda possuía pendências das seis acusações criminais contra ele em duas jurisdições. No condado de Miami Dade, ele enfrentava acusações criminais por agressão e agressão agravada de uma mulher grávida, agressão por estrangulamento, cárcere privado e adulteração ou assédio de uma testemunha, vítima ou informante, enquanto no condado de Broward, ele enfrentava crimes de primeiro grau por invasão de casa armado e agressão agravada. Seu futuro era incerto.
Em 28 de janeiro, enquanto se apresentava em Amsterdã, Drake cantou rimas inéditas. “Recebo meu dinheiro antecipadamente/O amor simplesmente não está nos meus planos”. Assim que o vídeo do evento surgiu, os fãs de hip-hop começaram a especular sobre o quanto o flow poderia ser parecido com “Look At Me!” de X, que permanecia atrás das grades.
A influência da música “Look At Me!” na faixa, intitulada “KMT” de Drake é discutível, mas o fato de ter sido discutida prova quanta notoriedade X ganhava naquela época, em meio a uma rápida ascensão que levanta questões antigas sobre a separação da arte das ações daqueles que a criam. Antes do lançamento de “KMT”, a página HotNewHipHop revelou que Drake seguia a conta de X no Twitter.
A XXL conversou com X da prisão, e durante a conversa ele abordou o episódio de plágio de Drake, a situação de seu caso criminal, esclareceu quem está no Members Only e falou sobre o que o sistema de justiça criminal na Flórida erra. A matéria afirmava que ele poderia sair da prisão na quarta-feira, 8 de fevereiro, quando seria realizada sua primeira audiência de fiança, mas se não ocorresse, esperava-se que o mesmo estivesse livre no mês seguinte. Abaixo está a transcrição da entrevista concedida ao XXL, publicada em 6 de fevereiro:
XXL: Como você começou a fazer música?
XXXTENTACION: Eu realmente não sabia o que queria fazer. Eu estava muito perdido. Eu senti que a música era o que eu estava tentando usar para anestesiar minha dor. A música me deu um propósito e simplesmente veio até mim. Eu simplesmente ouvia muitos artistas e era a única coisa que me acalmava quando eu estava louco. Sempre me senti louco quando era mais jovem e sempre me senti diferente. A música me fez sentir que não havia nada de errado comigo, a música me acalmou. No início usei a música como antidepressivo e depois tornou-se algo que tentei fazer sozinho.
XXL: Quais foram as primeiras músicas que você ouviu?
XXXTENTATION: The Fray, Three Days Grace, Asking Alexandria, Odd Future, Immortal Technique. Eu realmente amo Immortal Technique. Papa Roach também.
XXL: Quais foram algumas das primeiras músicas que você escreveu?
XXXTENTATION: Eu escrevi duas ou três músicas no início. Eu tinha uma chamada “News/Flap” que era mais lírica e depois peguei uma música chamada “Vice City” que é super antiga. Isso ainda está acontecendo, é super estranho porque eu costumava estar na minha merda lírica, e então comecei a experimentar meu som e tentar um som alternativo.
XXL: O que fez você querer explorar outros sons em sua música?
XXXTENTATION: Eu não queria ser apenas um rapper porque se eu fosse apenas um rapper, não seria capaz de tocar um determinado público. Eu realmente queria poder colocar minha emoção e minha energia em tudo e em todos. Ser apenas um rapper era muito típico. Ser artista é mais do que ser cantor ou artista multigênero, também posso ilustrar ou produzir coisas ou orquestrar coisas. Eu não queria ser colocado nessa categoria porque parecia muito pequeno para o que eu sentia que era capaz. Sempre ouvi todos os gêneros, então não queria ficar limitado pelo gênero [rap] porque minha mente era maior que isso. Adoro rap, adoro melancolia, adoro indie.
XXL: Você tem um projeto oficial lançado?
XXXTENTATION: Na verdade, não tenho nenhum projeto lançado. Eu tenho um EP [ It Wasn't Enough ], mas eram apenas três músicas. Já fiz coletivos [ Members Only Vol. 1 e 2 ] com meu grupo musical coletivo, tenho muitos projetos chegando, vou lançar um álbum e uma mixtape e lancei um EP ou dois, mas são principalmente singles e coisas assim.
XXL: Quais são alguns dos projetos que você está planejando lançar quando sair?
XXXTENTATION: Eu tenho um álbum muito, muito bom chamado 17. É mais um som R&B alternativo. Então eu tenho essa mixtape chamada I Need Jesus, que é principalmente rap e o som underground que eu fiz. Então estou tentando dar aos meus fãs e a qualquer um que venha e me ouça tudo sobre a mixtape e o álbum. E então eu quero lançar Members Only Vol. 3 . As pessoas vão ficar realmente surpresas com as merdas que eu solto.
XXL: Conte-me sobre Members Only. Eu sei que você conheceu Ski Mask the Slump God enquanto estava preso por um ano. Como você conheceu Craig Xen e Wifisfuneral?
XXXTENTATION: Conheci Craig quando saí em turnê com $uicideboy$ e, basicamente, Craig me fez sentir super confortável. Craig tem o mesmo estado mental que eu. Estamos ambos na mesma merda. Craig pensa da mesma forma que eu e nós nos demos bem, ele é muito sincero comigo. Eu gosto do $uicideboy$, eles são muito genuínos também, mas são caras muito ocupados e eu não consegui chegar tão perto deles quanto queria, mas Craig era um cara incrível. Ele é meu irmão. Temos a mesma mentalidade.
XXL: E como você conheceu o Wifisfuneral?
XXXTENTATION: Eu o conheço desde que era jovem.
XXL: Por que você decidiu formar Members Only?
XXXTENTATION: Members Only é uma irmandade. Members Only é uma família. Sempre me senti sozinho, então construí um bando de irmãos. Members Only era literalmente um bando de pessoas que estavam cuidando de mim, me mantendo calmo para que eu não acabasse na porra da prisão e eu praticamente mostrei a eles como perseguir seus sonhos. Members Only se transformou em uma comunidade envolvendo meus fãs, pois todos os meus fãs eu considero Members Only. No que diz respeito aos artistas, isso é uma diferença.
XXL: Quem são os artistas do Members Only?
XXXTENTATION: Agora, eu realmente terminei. [ Risos ] Porque estou reconstruindo, então, por enquanto, só eu, Ski Mask e Craig Xen. Mas vou recriá-lo e colocar nele artistas que considero muito bons. Mas por enquanto, só eu, Craig Xen e Ski Mask.
XXL: Sua música tem um toque cru. Por que você faz sua música soar assim?
XXXTENTATION: É real. Não está mascarado. Não cabe em uma caixa. É o seu próprio som, e era isso que eu queria fazer, ser um indivíduo, então fazer aquele som me tornou um indivíduo. Estar o mais cru ou deprimido possível parecia real. Eu fiz música para que minha dor ressoasse nas pessoas, para que você pudesse sentir a alma naquela merda, você pudesse sentir minha alma e minha energia naquela merda.
XXL: Você produz um pouco, certo?
XXXTENTATION: Até certo ponto. Eu normalmente apenas corto merda e aprovo merda. Eu crio todos os meus samples, cada um deles, mas no que diz respeito a ser capaz de colocar baixo e caixa na merda, tenho caras para isso. Meu principal produtor, na verdade o nome dele é Stain. Ele é um cara fenomenal, eu o amo. Ele se encaixa perfeitamente. É a quem estou me apegando. No que diz respeito a programas, utilizo coisas como FL Studio e Logic Pro.
XXL: Você já lidou com muita raiva e depressão em sua vida. De onde você acha que essas coisas vêm?
XXXTENTATION: Ficar sozinho. Com tudo o que minha mãe passou… não consigo enfatizar isso o suficiente. Estou muito agradecido, ela fez tudo o que podia remotamente como mulher e à medida que envelheci e relembrei tudo o que disse, gostaria de dar a ela um pouco mais de crédito. Ela fez tudo o que pôde remotamente com as circunstâncias que lhe foram dadas. Eu não tinha meu pai por perto. Era só ela. Nós realmente não temos ninguém, então eu senti que ser colocado longe dela e então ela ter que se esforçar para me ajudar, era realmente estar sozinho e ser colocado longe de pessoas com quem eu tinha qualquer apego, foi o que me tornou o que eu sou . O simples fato de estar sozinho gera um tipo diferente de loucura e um tipo diferente de dor, e não receber uma certa quantidade de amor. Então, estando longe da minha mãe e sem ter ninguém por perto, acho que simplesmente não recebi amor suficiente.
XXL: Quando você começou a fazer música, foi terapêutico para você?
XXXTENTATION: Inferno, sim. Coloquei toda a minha dor, minha insanidade e pensamentos sombrios na minha música. E divulgá-lo para outras pessoas ouvirem me fez sentir como se estivesse fazendo algo ruim, mas bom ao mesmo tempo. Então foi apenas uma boa maneira de colocar todos os meus pensamentos demoníacos malucos lá fora, e as pessoas se alimentam disso. Eu vi isso dando energia às pessoas e curando-as, então isso realmente se multiplicou. Eu realmente aprecio isso.
XXL: Enquanto você esteve preso recentemente, no que você tem pensado?
XXXTENTATION: Encontrei a resposta para a vida. Serei muito ridicularizado por isso no futuro, mas a vida é apenas uma percepção. A maneira como você percebe as coisas é muito importante. Eu aprendi algumas coisas e isso pode ser algo realmente fora de tópico para se falar, mas a vida nada mais é do que inteligência. A vida gira em torno do seu cérebro. A vida é puramente o cérebro e o seu processo de pensamento. Sua mente consciente e subconsciente governa o mundo, então o que aprendi é que nada mais importa. Nada mais importa, exceto o que você deseja e quais são os seus sonhos. Todo o propósito da humanidade é criar, e o problema é que todos atingem um certo ponto de iluminação, isso perturba o equilíbrio. No que diz respeito ao que realizo como artista, quero deixar algo de bom para os jovens e as gerações vindouras. Eu quero reconstruir este mundo e mudar este mundo para um fim positivo e pegar meu talento artístico e realmente ser um artista em termos de construir prisões melhores para que as pessoas não sintam que estão vivendo em uma porra de uma ala psiquiátrica quando estão em aqui e pegando todos os tipos de doenças aqui. Construindo lares adotivos, fazendo tudo o que posso para retribuir à comunidade e ajudar este país de todas as formas possíveis. [Estar aqui] me fez querer ser uma pessoa melhor e mudar meu mundo.
XXL: Onde você está preso agora?
XXXTENTATION: Cadeia do Condado de Broward.
XXL: Como você está achando isso aí?
XXXTENTATION: Deprimente. Mas tem sido uma experiência de aprendizado e está fortalecendo meu cérebro.
XXL: O que você tem feito aí para manter o ânimo elevado?
XXXTENTATION: Meditando. Tenho lido a saga Crepúsculo, mas principalmente meditando e manifestando.
XXL: Você sabe quando é a próxima data do julgamento?
XXXTENTATION: [ Risos ] É uma surpresa. Só sei que não sairei quando eles esperam. Vou sair mais cedo do que eles esperam.
XXL: Muitas pessoas estavam falando sobre esse trecho recente do Drake, onde ele tem um novo flow e parece o seu em “Look At Me!”. Eu vi você twittar para a Kodak sobre o trecho. Como você se sente com isso?
XXXTENTATION: Vou abordar toda essa situação. Tenho o maior respeito por Drake como artista. Tenho respeito por todos como artistas. Agora, estou ciente do que Drake faz como artista, estou ciente do que qualquer artista inteligente faz, porque é uma das leis do universo. Se você estudar Albert Einstein, ele dirá: “Um grande artista nunca revela sua origem”. O que eu sinto sobre toda a situação do Drake é se ele usou o flow, por suposto... seja o que for, não é tão sério assim. Toda a minha percepção mudou. Mas se Drake vai seguir o fluxo, e eu não sei se ele o fez legitimamente, mas se for essa a situação, pelo menos procure um negro, ajude um negro nessa situação, e então se você quiser fugir seguir o fluxo, depois seguir o fluxo, mas estou passando por muita coisa agora, então teria sido bom se antes disso acontecesse comigo, se Drake tivesse me contatado pessoalmente. Ele poderia ter me procurado pessoalmente e falado comigo e isso definitivamente teria sido mais respeitável. Mas ele abandonou aquela prévia e soou um pouco como “Look At Me!” e ele poderia ser uma grande ajuda nesta situação para me tirar da prisão, porque estou enfrentando a vida. Então é assim que me sinto. Se você vai seguir o fluxo, entre em contato comigo, me ajude e depois siga o fluxo, porque me ajudar teria sido mais importante. Mas se ele pegou, parabéns, está claro, é Drake. Isso não me incomoda tanto quanto as pessoas pensam, mas no final das contas fica aceso porque ele é um grande artista, então isso me dá motivação para ver o quão grande eu serei. Toda a minha intenção é ser o maior artista que já existiu ou existe atualmente.
XXL: Quem são algumas das gravadoras que estão entrando em contato com você?
XXXTENTATION: Já vi muitas gravadoras me procurarem. Não quero dizer nomes, mas direi o que vou fazer. Vou apenas distribuir singles. Não vou assinar com nenhuma gravadora, não vou assinar a porra dos meus álbuns ou algo assim. Inicialmente eu estava quase indo, mas vou distribuir meus singles com algumas gravadoras.
XXL: Você recebeu o amor de alguns grandes artistas recentemente. DJ Carnage e iLoveMakonnen te incentivaram, ASAP Rocky disse que você é o rapper mais difícil da Flórida no momento. Quem são algumas das pessoas que entraram em contato com você enquanto você estava preso?
XXXTENTATION: Ouvi dizer que Danny Brown me procurou. A propósito, adoro Danny Brown. Eu fodo com “Adderal Admiral”. Lil Bibby. A$AP Rocky. Recebi um e-mail do Metro Boomin. Há alguns nomes realmente grandes que entraram em contato e não posso dizer porque será uma surpresa, mas vi Lil Uzi dizer “Free XXX”. E então Debby Ryan do canal Disney. [Risos] Debby Ryan, ela estava tocando minhas músicas no Snapchat. Ouvir todos os nomes legais que mexem comigo me dá um impulso, mas, honestamente, existem nomes bem maiores, simplesmente não consigo entrar em detalhes sobre eles. Vocês vão ficar tipo, que porra é essa? Eu tenho algumas coisas malucas planejadas.
XXL: Quem veio visitá-lo enquanto você estava preso?
XXXTENTATION: Minha garota, dois dos meus amigos. Realmente foi isso. Tem sido solitário. Entendo que as pessoas digam que você não está sozinho, mas tenho passado por tudo sozinho. Minha mãe deu um passo à frente e tem me ajudado. Ela não veio me ver nem nada parecido, mas está ao meu lado e eu estou cuidando dela, cuidando dela, jogando dinheiro para ela porque eu a amo demais. Ela entende que estou louco agora, mas esse é meu fã número 1. Tem sido apenas minha garota e meu parceiro de negócios Garrett. Ele dirige uma marca de roupas, Revenge Official. Esse é meu irmão, eu amo aquele cara até a morte.
XXL: Você posta muitos trechos no seu SoundCloud. Você planeja lançar a versão completa de algum deles?
XXXTENTATION: Não. Eu tenho as versões completas deles, mas não vou lançá-los porque não quero que ninguém ouça as versões completas e vou provocar para sempre toda a minha base de fãs. [ Risos ] Ou talvez. Nunca se sabe.
XXL: Você andou pela Flórida enquanto crescia?
XXXTENTATION: Isso é literalmente o que aconteceu. Na verdade, nunca morei totalmente em Pompano, sempre ficava em Pompano quando minha mãe me deixava lá. Então a questão toda é que nasci em Plantation e acabei me mudando para North Lauderdale, mas estava indo de North Lauderdale para Pompano e voltando. E quando fui expulso de ficar com minha mãe, fui ficar com minha avó. Então, na verdade, nunca tive meu próprio berço lá [em Pompano], nunca moramos lá. Foi exatamente onde eu estava enquanto crescia.
XXL: Você tem algum tipo de relacionamento com Kodak Black?
XXXTENTATION: Não, eu não. Tenho um amigo que está no grupo dele, não vou dizer o nome. No que diz respeito a um relacionamento pessoal, não diria que o conheço. Mas ele é da minha cidade, Broward County, e eu apoio totalmente o que aquele cara faz. Quanto a concordar com tudo que ele faz, não, mas eu apoio totalmente esse cara porque ele é de onde eu sou e quem vem de onde eu venho, eu vou apoiar totalmente. Ele é de Broward, eu sou de Broward, saudação àquele cara.
XXL: O que você está tentando fazer quando sair?
XXXTENTATION: Vou investir muito e quero muito investir em uma terapia para adolescentes onde cada adolescente feliz converse com outro adolescente que esteja deprimido. Porque eu sinto que é muito difícil para as crianças falarem com um terapeuta porque não conseguem se identificar com ele. Quero criar uma linha direta para adolescentes onde adolescentes que pensam em suicídio possam ligar para a linha direta e conversar com outros adolescentes. Quero fazer uma doação para os lares adotivos do meu estado e dar-lhes PS4s, TVs e essas coisas. Basicamente, vou tentar aumentar meu dinheiro o máximo possível e retribuir à comunidade. Quero levar minha mãe e minha avó para o Havaí. Minha bisavó está ficando muito velha, então quero levá-la para passear e fazer algo muito legal antes que ela morra. A dor ressoou e eu só quero mostrar a todos que não estão sozinhos.
XXL: Qual é o status do seu caso?
XXXTENTATION: Não há provas em ambos os casos. Para uma condenação, tudo se resume a provas concretas, e é triste dizer que estou na prisão sem nenhuma prova. Broward é pago para processar, e é por isso que eles estão me segurando – por dinheiro. Não é por certo ou errado, não é porque cometi alguma coisa. Eles estão ganhando dinheiro por eu estar aqui e é por isso que estão segurando a mim e a alguns outros presos. Quero que um monte de gente comece um movimento. Broward é pago para processar e quero fazer tudo ao meu alcance para acabar com isso. Quero mudar para onde eles só serão pagos se ganharem casos. Porque eles estão segurando pessoas que literalmente não cometeram crimes. Acabei de ver isso acontecer outro dia. Um cara ficou preso de três a quatro meses, não cometeu o crime e prenderam o cara errado. Ele praticamente ficou fodido no processo disso. Na verdade, foi isso que aconteceu no meu caso Broward: eles pegaram a pessoa errada. Não posso entrar em detalhes, mas não fui eu quem cometeu o crime. Embora a vítima do caso tenha comparecido ao tribunal e tentado dizer isso ao juiz, ele contou isso ao meu advogado e ao promotor, mas como o juiz não estava lá, o caso não foi arquivado. Até onde eu sei, a vítima está dizendo que não fui eu e foi outra pessoa. A Flórida está uma merda, o sistema judicial da Flórida está muito fodido.
XXL: Como você se sente em relação à polícia na Flórida?
XXXTENTATION: Quero dizer isto da forma mais apropriada possível, porque há polícia boa e há polícia má. Todo mundo aqui faz prisões por dinheiro. Não há certo ou errado aqui. Agora, esse é o condado de Broward. Não se trata de você ser uma ameaça à sociedade. Na verdade, já vi alguns bons policiais em Miami-Dade, mas a maioria dos policiais em Broward está fazendo prisões por dinheiro. Você não precisa mais fazer nada para ser preso. Você pode ter 13 anos, fumar maconha e eles vão te levar para a cadeia por causa do dinheiro. Não se trata mais de certo ou errado, a sociedade aqui está fodida. Tem que haver uma mudança.
XXL: Como você mudaria isso?
XXXTENTATION: No que diz respeito às prisões por boatos, pessoas sendo presas sem provas, isso precisa ser descartado. Manter alguém na prisão por mais de 30 dias sem provas, essa pessoa deveria ser libertada. No que diz respeito aos juízes que remarcam e adiam as datas dos tribunais por meses, isso precisa ser mudado. A vida das pessoas precisa ser considerada. Você não pode continuar tirando tempo das pessoas, afastando as pessoas dos filhos e da família. Eu estava aqui com alguém cuja mãe morreu enquanto eles estavam lá. Você pode imaginar a sensação de estar aqui e sua maldita mãe morrer e você ver isso no maldito noticiário? E você não poderia acabar sendo considerado culpado? Isso é nojento. E esses promotores não dão a mínima. Enquanto comem e ganham dinheiro, eles não se importam, e isso é triste. Preciso de mais de 50 mil pessoas dispostas a protestar nas ruas para acabar com o pagamento dos promotores para processar, porque o Ministério Público do Estado está lidando com essa merda e as pessoas aqui estão doentes e dementes.
XXL: Como é o seu relacionamento com Denzel Curry agora?
XXXTENTATION: Eu e Denzel estamos bem. Ele me ligou, pediu desculpas e compareceu ao meu julgamento. Com as acusações…. ele fez um movimento de merda. Eu não vou adoçar isso. Acabei mostrando para todo mundo que as denúncias com a garota que disseram estar grávida, que não está grávida, que eu supostamente bati, que eu não bati, coloquei todas as evidências online mostrando que ela estava mentindo e dando golpes de todos. Ela estava dizendo que tinha uma fratura no cérebro, uma fratura no crânio que a deixaria cega e que precisava de US$ 30.000, isso não era verdade. Ela estava dizendo que estava grávida, isso não era verdade. Ela estava dizendo que eu bati nela, isso não era verdade. Ela levou uma surra de alguém com quem estava hospedada e depois veio para cá, levou uma surra e então eu a deixei ficar com meus amigos. Praticamente, [Denzel] bateu na garota e perguntou se ela estava bem e se precisava de ajuda. Eu era um grande amigo do Denzel e ele não me consultou antes de consultar a garota, então ele não teve a chance de ver se eu fiz alguma merda ou não antes de consultar a garota. Eu e ele não seremos os amigos mais próximos porque vejo onde está sua lealdade, mas eu e ele estamos bem agora.
XXL: Eu vi que o GoFundMe dela foi colocado e depois removido.
XXXTENTATION: Sim, porque todos descobriram que ela estava mentindo. Ela estava dizendo que precisava de uma cirurgia, não havia nada de errado com ela. Ela estava dizendo que estava grávida, mas não está grávida. Não é meu. Ela não estava grávida quando eu estava com ela. Toda essa situação é uma merda. Fui preso por algumas acusações malditas. Ela roubou US$ 13.000 de mim, ninguém sabe disso. Ela roubou US$ 13.000 de mim e fodeu com meu amigo. Eu simplesmente não coloquei isso lá fora porque não queria dar nenhum poder àquela merda. Agora percebo que quando falo sobre as pessoas, isso dá popularidade e poder aos seus nomes e as ajuda. Ela me fodeu.
XXL: Que artistas você está ouvindo atualmente?
XXXTENTATION: Novos rappers? Ninguém. Artistas em geral? Nirvana, The Weeknd e Ski Mask The Slump God. É isso. Não estou brincando com mais ninguém. Sou velho quando se trata de ouvir certas coisas, então ouço mais coisas antigas do que novas. Eu sinto que quando se trata de coisas novas, sinto que sou o mais inovador em termos artísticos da minha geração. Sinto que ninguém mais está atendendo ao meu padrão agora. Se você examinou minuciosamente minha música… ninguém na minha geração me vê.
XXL: Como você se sente com “Look At Me!” explodindo como aconteceu?
XXXTENTATION: Se você acha que é grande agora, será enorme. Eu sabia quando gravei. Não sou uma pessoa egoísta e não quero parecer um idiota, mas sabia que seria enorme, tipo “não consigo manter meu pau nas calças”, eu sabia que as crianças iriam adorar, é um som para as crianças. Eu sabia que era um sucesso no momento em que gravei. Eu esperei isso.
XXL: Por que você acha que as crianças gravitam tanto em torno da sua música?
XXXTENTATION: Porque eu realmente dou a mínima para essas crianças. E estou falando sério quando digo que me importo com essas crianças. Dar dinheiro a certos fãs, conversar com eles quando eles estão deprimidos, responder todas as suas perguntas, persistir nas merdas e responder aos seus tweets, responder aos seus DMs quando eles me mandam mensagens prestes a cometer suicídio, salvando-os. Eu me importo com essas crianças. Eu realmente entendo como é estar mentalmente sozinho. Você poderia estar em uma sala com um milhão de pessoas, mas ainda assim poderá estar sozinho. E algumas dessas crianças têm famílias que simplesmente não entendem que há algo acontecendo em suas cabeças, maior do que tudo o que está ao seu redor. Eu entendo esse sentimento e entendo que esse sentimento pode levar você ao limite. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para ser um modelo positivo para estas crianças, porque agora serei responsabilizado por tudo o que fizer. Mesmo que meu material seja vulgar ou eu seja visto como uma pessoa má, contanto que essas crianças estejam felizes e eu lhes dê algo para se enfurecerem em vez de ficarem deprimidos, isso é tudo que importa para mim.
XXL: Qual foi a sensação de ver todos os seus fãs comparecerem ao seu tribunal em janeiro?
XXXTENTATION: Todos eles não puderam entrar porque o tribunal é tão pequeno que não deixavam ninguém entrar. Acho que embalei tudo, eles empacotaram. Eu os amo. Não há outra maneira de dizer isso. Eu amo meus fãs. Às vezes é notável e estou muito grato, estou muito grato por eles. Foi ótimo ver o tribunal agitado e essas merdas. Isso tornou tudo um pouco mais difícil, mas estou grato.
XXL: Qual mensagem você deseja enviar aos seus fãs?
XXXTENTATION: A lei da atração é o poder da sua mente subconsciente. Qualquer coisa que você possa visualizar ou qualquer coisa em que acredite e em que dedique sua fé, você pode criar. O lado ruim da lei da atração é que se você pensa coisas ruins e tem muito medo em seu cérebro, você atrairá todas essas coisas. Use a lei da atração a seu favor, porque eles não querem que você use seu cérebro e você precisa ficar louco para usar a lei da atração. Não coloque sua energia em nada de ruim que você não gostaria que voltasse para você e exercite o ciclo cármico. Qualquer coisa que você distribuir retornará. Quando eu sair, darei a todos os meus fãs e a esta geração informações que eles não deveriam receber. A população em geral não deve receber certas informações. Estou apenas dando a minha opinião e não pretendo desrespeitar ninguém, mas a religião é para os mesquinhos. Todas as religiões acreditam em poderes superiores. Então, se você quer ser uma boa pessoa, seja uma boa pessoa. Se você vai ser uma pessoa má, seja uma pessoa má. Não importa, porra. A opinião de ninguém importa. Nada importa. Qualquer coisa que você colocar neste planeta, ficará aqui. Se a vida fosse infinita e houvesse a menor possibilidade de você voltar a esse maldito planeta miserável, eu pararia de colocar toda essa merda horrível aqui e garantiria que você vivesse sua vida feliz. A felicidade é tudo o que importa. Se isso te faz feliz, é tudo o que importa, e você lutará, lutará e lutará, mas a felicidade chegará no final. Essa é a minha palavra e prometo que ajudarei todos a encontrar a felicidade ou pelo menos ajudarei todos a encontrar uma resposta e um propósito.
Recapitulando os acontecimentos dos primeiros dois meses de 2017, nas primeiras semanas daquele ano, X foi chamado de o cara mais durão da Flórida por A$AP Rocky e citado por Danny Brown no Twitter (“Cocaína no meu café da manhã, segure essa pistola ambidestra”). “Look at Me!” naquele momento, ocupava o segundo lugar na parada da Billboard. Isso já diz tudo a respeito do seu crescimento. Seu total de seguidores no SoundCloud, tinha menos de 20.000 no ano anterior, naquele momento tinha mais de 320.000. O cabelo de duas cores de X, que foi inspirado na antagonista de Os Cento e Um Dálmatas, Cruella de Vil, chamava a atenção do público.
Durante seu período na prisão, X assinou um acordo para ser gerenciado por Soloman Sobande e apesar dele estar na prisão durante sua descoberta inicial, olheiros de grandes gravadoras começaram a oferecer contratos de seis dígitos e X acabou assinando com a Empire Distribution para obter taxas de royalties mais baixas, controle criativo total e um pagamento inicial menor. Empire Distribution fez um anúncio oficial no dia 2 de março, que seu álbum de estreia Bad Vibes seria lançado na primavera daquele ano.
Drake lançou a mixtape More Life em 18 de março, que incluía "KMT", a suposta faixa em que o mesmo teria plagiado “Look At Me!”. Em 26 de março, X foi libertado da prisão sob fiança de US$ 50.000 enquanto enfrentava acusações de roubo e agressão com arma mortal e foi posteriormente entrevistado pela WMIB, onde chamou Drake de "vadia" e disse que respeitava a influência de Drake, mas sentia que "KMT" o estava desrespeitando.
No dia seguinte no Twitter, X postou uma foto da mãe do Drake e uma versão infantil do mesmo com o rosto de X photoshopado sobre o do pai de Drake, Dennis Graham. Mais tarde, em entrevista ao DJ Semtex, Drake negou as acusações de que copiou o flow de X. Drake também negou conhecê-lo e disse que só ouviu falar dele por causa dos rumores que circularam após o trecho “KMT”. X respondeu em sua página do Twitter solicitando que Drake vá para a Flórida, depois de X dizer que não iria fazer rap no Twitter com manos.
O rapper Offset do grupo de hip-hop Migos usou o recurso de transmissão ao vivo do Instagram para atacar X verbalmente, agravando ainda mais a rivalidade. O rapper 600Breezy de Chicago afirmou então que Drake lhe deu permissão para entrar na rivalidade e atacar X. 600Breezy disse a X que o mesmo possui alguns manos que vão acabar com ele em sua própria cidade. 600Breezy mais tarde foi para a Flórida para tentar procurá-lo, mas foi infrutífero.
No dia 26 de março, dias após a libertação de X da prisão, ele organizou um show surpresa que foi marcado para 7 de abril em Miami. O rapper mal promoveu o evento, mas por volta das 21h30 do dia 7, uma fila enorme se formou do lado de fora do local. O show tinha um preço de entrada de US$5 até que aparentemente estivesse lotado. No entanto, antes de ele chegar, um motim eclodiu. A polícia finalmente escoltou X para fora e encerrou o show.
Um participante chamado Sebastian Alsina, estimou em uma postagem no blog que mais de 350 pessoas lotaram o pequeno armazém. Mas antes que X pudesse atuar, um esquadrão de policiais com equipamento tático completo invadiu a festa e abriu caminho para a frente. Eles chamaram os gerentes do local e insistiram para que todos saíssem. Em vez disso, a multidão se revoltou.
“As ruas foram inundadas”, escreveu Alsina. "Carros estavam sendo atacados, pessoas sendo pisoteadas, garrafas sendo quebradas só para ver X."
Em uma entrevista para a rádio 103.5 The Beat, publicada em 30 de março, X falou a respeito da sua ascensão na música, a treta envolvendo Drake e falou sobre sua vida pessoal. Ele afirmou que tinha ascendência síria, indiana e possivelmente italiana.
Em um trecho de uma entrevista então inédita, conduzida pela Fader Films em abril, que foi incluída no documentário “In His Own Words”, quando questionado sobre o seu relacionamento com o pai, Onfroy respondeu sarcasticamente “o que seria um pai?”. Esse ato seria uma demonstração de frustração mascarada pela ironia, devido à figura paterna estar ausente há muitos e muitos anos da sua vida.
No início de abril, o rapper Offset decidiu, por motivos ainda não claros, expor sua opinião sobre a treta entre X e Drake. Numa live do Instagram, ele se gravou ouvindo uma entrevista de rádio onde X criticou Drake e depois expôs seus pensamentos:
“Vocês manos, são bobos”, disse ele. "Como você nunca ouviu falar sobre um negro que roubou seus ganhos? Nunca ouvimos falar de você, baixinho. Tire sua bunda da prisão."
A razão pela qual isso é notável, além da briga que acabou levando é que em 2015, Migos acusou Drake exatamente da mesma coisa.
“Drizzy sabe que ele copiou o flow”, disse Quavo na época.
X anunciou sua primeira turnê nacional no dia 28 de abril e os ingressos foram colocados à venda no final do mês. A turnê, intitulada "The Revenge Tour", teve 26 datas marcadas no total e gerou muita cobertura da mídia. The Revenge Tour foi a sua primeira turnê solo em apoio à sua segunda mixtape, Revenge, e parcialmente em apoio ao seu primeiro álbum de estúdio, 17, que ainda seria lançado oficialmente. A turnê foi apoiada pelo coletivo de hip-hop de X, Members Only. A turnê foi sujeita a várias controvérsias.
Em maio, Offset teve alguns sentimentos fortes na primavera passada em relação aos rappers, incluindo Lil Uzi Vert e SahBabii de Atlanta, ostentando cruzes invertidas, um símbolo que geralmente é associado ao ocultismo. Um dia após Uzi usar um colar com cruz de cabeça para baixo no Billboard Music Awards, Offset gravou um vídeo compartilhando sua crítica dizendo:
“Todos vocês, manos, usando cruzes de cabeça para baixo, até mesmo meus pequenos parceiros, parem com essa merda. Todos que adoram essa merda do diabo, fiquem com Deus."
SahBabii respondeu com raiva e então X entrou em cena:
“Eu não respeito nenhum negro que não queira ver um jovem negro prosperar”, disse. "Aquele boceta de merda. Você deveria ajudar a nova geração. Diga a esse mano marica chamado Offset para sair do pau de um mano. Por que quer foder com o pau daquele jovem mano? Sempre com o pau de alguém. Cale a boca, seu bichano. O mano tem uns 35 anos e ainda está tentando pegar a onda”.
Jocelyn Amparo Flores nasceu em 2 de julho de 2000, no Bronx, onde seu pai, Benji Flores, trabalhava em uma barbearia perto de Fordham Road. Jocelyn não evitou o trauma por muito tempo. Quando ela tinha quatro anos, seu pai morreu de uma doença crônica que ele não tinha condições de tratar. Não muito tempo depois, ela contaria mais tarde a seus parentes que um membro próximo da família a molestou.
Os dois eventos deixaram Jocelyn com uma visão sombria da vida, uma tendência à automutilação e uma obsessão pelo suicídio que ela não conseguia explicar facilmente.
“Minha cabeça está uma bagunça”, ela diria um dia às autoridades, que mais tarde enviaram seus depoimentos à polícia de Coconut Creek. “Os médicos não podem fazer nada por mim.”
A primeira vez que Jocelyn Flores tentou se matar, ela tinha apenas 12 anos. Antes daquela noite na Flórida, ela havia sido hospitalizada quatro vezes por tomar comprimidos, cortar os pulsos, beber água sanitária na garrafa ou, uma vez, todas as três coisas.
Brandee Ramirez, uma mulher com um sorriso torto que transmite calor instantâneo, conheceu sua sobrinha em 2002, durante uma visita a San Antonio, Texas, onde morava com o tio de Jocelyn, Daniel. Depois que o pai de Jocelyn morreu, as crianças voltavam ao Texas todo verão para ficar com Ramirez e Daniel em San Antonio. Dessa forma, Ramirez conheceu Jocelyn tão bem quanto ela conheceu seus próprios filhos.
Na escola primária de Jocelyn, em Cleveland, a família mudou-se para Ohio depois que Benji adoeceu, os professores avaliavam o comportamento dos alunos com um semáforo de trânsito. Verde significava bom. Amarelo significava tudo bem. Vermelho significava ruim.
“Ela sempre dizia: 'eu tento tanto conseguir o sinal verde, mas sempre consigo o vermelho. Eu nem fico amarelo. Eu sempre fico vermelho'”, disse Ramirez. “O irmão de Jocelyn sempre dizia a ela: “é porque você é mandona, Nena”.
“Nena”, que significa bebê ou menina em espanhol, era o apelido de Jocelyn. O mundo a conheceria como Jocelyn Flores, mas na vida real ninguém a chamava assim. Um fato engraçado é que Ramirez nem sabia o nome da sobrinha até que ela começou a comprar passagens de avião para visitar o Texas.
Em 2011, ela passou um verão trabalhando em uma pizzaria em San Antonio de propriedade de seu tio, que enviava funcionários a hotéis próximos para colocar cardápios sob as portas dos hóspedes. Jocelyn era a melhor nesse trabalho, capaz de abrir caminho até nos hotéis mais chiques.
“Ela conseguia entrar neles como nada, sozinha”, lembrou Daniel. “Estou falando de maneira antiga, como se ela já fizesse isso há anos.”
Mas o show terminou rapidamente quando sua tia e seu tio pegaram Jocelyn aproveitando as viagens do hotel para fugir com um funcionário mais velho e ir ao shopping ou ao cinema. A constante disputa familiar pelo controle foi parte do que tornou difícil ouvir os pedidos de ajuda de Jocelyn.
“Achei que ela estava brincando comigo”, disse Ramirez ao The Daily Beast. “Ela dizia: 'vou me matar'. Agora, pensando bem, a garota estava falando sério. Mas na época eu não sabia.”
Mesmo assim, à medida que a depressão se intensificava, seus parentes começaram a notar. Jocelyn começou a consultar um terapeuta, que incentivou a família a deixá-la experimentar coisas novas. Eles permitiam maquiagem de vez em quando, Ramirez a deixou ir a alguns shows, ela obteve permissão para experimentar maconha medicinal.
E mais tarde, quando Jocelyn propôs voar para o sul da Flórida para visitar XXXTentacion, sua mãe concordou. Não foi exatamente uma escolha. Jocelyn anunciou que iria, com permissão ou não.
“Ela teve coragem”, disse Daniel ao The Daily Beast. “Quando ela disse que ia fazer alguma coisa, ela faria. Ela diria, observe-me”.
No dia em que Jocelyn voou para a Flórida, ela não conhecia X há tanto tempo. De acordo com seu depoimento policial juramentado, X enviou uma mensagem para ela pela primeira vez no dia 2 de maio de 2017. Embora não seja de forma alguma uma celebridade, Jocelyn conquistou seguidores significativos nas redes sociais em Cleveland. X viu uma foto dela no Twitter, achou ela bonita e mandou uma mensagem. Os dois conversaram, trocaram números e fizeram FaceTimed algumas vezes durante vários dias.
Foi durante uma ligação do FaceTime que X propôs a viagem. Quando Jocelyn passou o telefone para a mãe, ele pediu permissão para comprar a passagem, e a mãe dela concordou. Férias pareciam boas. Jocelyn havia sido hospitalizada pela última vez no dia de Natal e as coisas ainda estavam tensas. Na Flórida, ela poderia relaxar, se divertir, respirar. Nove dias depois, a jovem de 16 anos desembarcou na Flórida.
X estava à procura de modelos, pois ele planejava lançar uma linha de roupas chamada Revenge para promover um novo álbum de mesmo nome. X disse à polícia que ele e Jocelyn não haviam discutido sobre modelagem antes de ela chegar e só a contrataram depois que ela chegou. A visita, tanto pelo relato da família Flores quanto pelo próprio X, não foi profissional, mas romântica.
A natureza do relacionamento ajuda a explicar por que as coisas pioraram quando X convidou outra garota, identificada apenas como “Zoe”, para ficar com ele naquele mesmo fim de semana. Ao que tudo indica, a primeira noite passou sem incidentes, embora a tensão tenha aumentado entre as duas meninas. No segundo dia, quando X tinha planos de acompanhar o primo ao baile, tudo desmoronou.
No meio da tarde, X saiu do apartamento onde todos estavam hospedados e foi para o baile. Horas passaram, e quando voltou naquela noite, ele percebeu que estavam faltando cerca de US$7 mil em espécie, dos ganhos recentes de shows, que ele guardava em uma bolsa.
X interrogou suas duas convidadas sobre o dinheiro desaparecido, mas nenhuma delas confessou. Ele disse que ambas as garotas culpavam uma à outra, e as tensões chegaram ao auge. Zoe falou mal de X pelas costas, afirmou Jocelyn. Quando Zoe recuou, a discussão aumentou com ameaças de briga.
Naquele momento, X estava fora da prisão há apenas 61 dias, e ainda estava em liberdade condicional. Ele avisou a Jocelyn e Zoe que elas não poderiam brigar em sua casa. Devido a esse incidente, elas tiveram que ir embora, e Jocelyn não poderia mais ser modelo para Revenge. X se ofereceu para comprar uma passagem de avião de volta para Ohio para Jocelyn, mas ela rejeitou.
Depois que X saiu para jantar, Jocelyn mandou uma mensagem para ele, em pânico, dizendo se ele estava falando sério que ela foi realmente expulsa.
“A conversa terminou com X informando Jocelyn que ela não poderia mais ficar com ele”, escreveu o investigador Steven R. James em seu relatório policial. “A última mensagem de texto entre eles foi no dia 13/05/17 às 22:35. Esta foi a última conversa entre Jahseh e Jocelyn.”
Às 23:20 do dia 13 de maio, Jocelyn e dois rapazes se hospedaram em um Hampton Inn. Era uma noite de sábado, pouco antes do Dia das Mães, e o hotel se parecia com praticamente todos os Hampton Inn do mundo: paredes bege, estofados turquesa, maçãs cuidadosamente embrulhadas em celofane que poderiam ter sido enviadas para qualquer lugar, mas acabaram nas mesas de centro do Hampton em Coconut Creek, Flórida, logo atrás de uma rodovia, um condomínio fechado e uma enorme academia de jiu-jitsu chamada American Top Team.
Os homens conheceram Jocelyn apenas algumas horas antes e não sabiam o nome dela até então. Mais tarde, um dos homens lembrou-se de ter dirigido até o hotel e conversado com o amigo enquanto a garota estava sentada no banco de trás, resmungando algo sobre uma “lição aprendida”. Na chegada, reservaram o quarto 515 no último andar, uma suíte de tamanho médio com duas camas queen size, mesa de cabeceira, banco pequeno, escrivaninha, cadeira, cômoda, televisão e carrinho de micro-ondas.
Jocelyn chegou com uma pequena mala vermelha, vestindo uma camisa preta, calça de moletom preta e meias pretas com sandálias. Ela usava cinco anéis, sendo três na mão esquerda, dois na direita, usava também dois colares, uma faixa de cabelo preta no pulso esquerdo e esmalte vermelho, exceto nas unhas do dedo anelar, que eram pintadas de cinza. Ela cobriu o cabelo preto com uma longa peruca loira.
Os homens, que não tinham bagagem, ajudaram-na a entrar no quarto e saíram para buscar comida. Cerca de 30 minutos depois, de acordo com o boletim de ocorrência, um deles voltou, percebeu que a jovem estava no banheiro com a luz acesa, mandou uma mensagem para um amigo para sair e saiu novamente para fumar maconha.
Após 45 minutos, ele voltou e encontrou o banheiro ainda iluminado e trancado por dentro. Mas já era tarde e ele estava cansado, disse ele aos detetives em depoimento juramentado. Ele foi para a cama, adormeceu instantaneamente e só acordou às 7h da manhã do Dia das Mães, quando, percebendo que a porta do banheiro ainda estava fechada, lhe ocorreu pedir ajuda.
Em poucos minutos, um funcionário do hotel chegou com uma chave de fenda e deslizou a extremidade plana atrás da maçaneta, acionando um mecanismo ranhurado que destrancava a porta por fora. Quando o homem viu os pés da menina tombados no chão do banheiro, já sabia o que a polícia iria anunciar cerca de 15 minutos depois; que a jovem, Jocelyn Flores, de 16 anos, estava morta.
Uma semana após a morte de Jocelyn, X iniciou uma transmissão ao vivo no Instagram. Ele estava vestindo um moletom preto e gargantilha de corrente, o cabelo tingido de meio loiro no estilo que já havia se tornado sua marca registrada. X estava visivelmente abalado.
“Havia uma garota que eu basicamente trouxe até aqui para modelar, basicamente. Ótima garota, linda garota. Personalidade maravilhosa. Não mostrou nenhum sinal de depressão. Quando ela voou para cá, de forma inexplicável, ela se matou quando desceu para cá”, disse. “Foi uma situação devastadora de lidar. Basicamente vim aqui hoje para falar com ela e sua família. Porque não consegui entrar em contato pessoalmente com a família dela. Estou aqui para prestar minhas condolências.”
Segundo Ramirez e Daniel, essas foram as únicas condolências que a família recebeu dele. A tia e o tio de Jocelyn entraram em contato com X, enviando mensagens para ele nas redes sociais e entrando em contato com sua mãe. A certa altura, o padrasto de Jocelyn marcou uma conversa por telefone com o assessor de X, mas não deu em nada.
“Queríamos apenas saber como foi o último dia dela”, disse Ramirez ao The Daily Beast. “Isso me atormenta. Eu só quero saber o último dia. Por favor. Conta-me qualquer coisa. O que ela fez naquele dia? O que ela comeu? Quando foi a última vez que você viu ela? Você a levou ao Universal Studios como prometeu a ela? O que foi que você fez com ela? Como foi o último dia dela? Foi tudo o que perguntei”.
A família de Jocelyn era religiosa, tradicional e privada. Quando um policial ligou para a mãe dela para dar a notícia da morte, eles conversaram apenas brevemente para confirmar alguns detalhes.
“Ela não queria falar muito comigo”, escreveu ele em seu relatório.
Posteriormente, a mulher recebeu um telefonema da tia e do tio de Jocelyn. A família realizou um pequeno funeral em sua cidade natal, um subúrbio de Cleveland, Ohio, e, de modo geral, lidou com a dor com tranquilidade.
O escritor Philip Connors observou certa vez que o suicídio nos deixa perplexos porque embaralha as nossas categorias de justiça e nos ofende de uma forma que poucas outras coisas fazem.
“Um crime foi cometido”, escreveu Connors no The New Yorker, “mas a vítima e o perpetrador são a mesma pessoa”.
X lançou sua primeira mixtape solo comercial, Revenge, em 16 de maio. A mixtape consiste em oito músicas lançadas anteriormente. A mixtape colaborativa, Members Only, Vol. 3 foi lançada em 26 de junho. Ele começou a lançar pequenos trechos em sua página do Instagram que posteriormente foram removidos, um dos trechos tinha a legenda: "Trabalhando no álbum [ sic ], o que você acha?".
Pouco tempo depois, X partiu em turnê, realizando shows em 26 cidades americanas, incluindo duas no Texas. Ramirez pensou em dirigir seis horas até Houston onde ocorreu a noite de abertura da turnê, em 31 de maio, seguir até o local do evento e confrontar o X, que viu Jocelyn no dia em que ela morreu. Mas quando chegou a noite do show, ela ficou em casa.
“Eu estava tipo, e se eu não entrar? E se eu não conseguir falar com ele? E se ele mandar alguém me chutar ou algo assim? Eu simplesmente não sabia.”
O rapper e membro do coletivo Members Only de X, Wifisfuneral, saltou em cima da multidão durante a noite de abertura da Revenge Tour, no set de X, localizado no House of Blues em Houston, na noite de quarta-feira. Wifi tentou fazer crowd-surf antes de ser supostamente atacado. Através de imagens do incidente disponibilizado nas redes sociais, é possível ver o rapper da Flórida pulando no meio da multidão, antes de ser atacado por membros não identificados do público.
“A merda aconteceu tão rápido. Demorou menos de um minuto desde o momento em que ele pulou do palco até o momento em que o tiramos de lá.”, escreveu um internauta no twitter em 1º de junho.
X interrompeu brevemente o show em um esforço para identificar os responsáveis, mas a tentativa não teve sucesso, disse o cofundador do Rolling Loud Fest e gerente do Wifi, Tariq Cherif.
De acordo com uma matéria da Complex, publicada em 6 de junho, há uma filmagem, onde X entrega uma mensagem de pró-igualdade ao público, dizendo:
“Eu não dou a mínima se você é preto, branco, amarelo, roxo”, disse, conforme relatado pela primeira vez pelo HipHopDX. "Eu não dou a mínima se você é gay. Eu não dou a mínima se você é hétero. Eu me importo se você é uma pessoa."
X então instruiu a multidão a se juntar a ele em um "Foda-se a KKK! (Ku Klux Klan)" ao contar até três.
“Defendo a igualdade para todas as pessoas”, acrescentou. "Eu não dou a mínima para o que você é, de onde você vem. Uma pessoa é uma pessoa, e uma pessoa merece viver e uma pessoa tem liberdade de expressão, e uma pessoa merece ter liberdade.”
Na noite do dia 7 de junho, X foi nocauteado no palco durante seu show no Observatory North Park, em San Diego, levando a uma grande confusão que resultou em um esfaqueamento. O vídeo registrou o agressor emergindo da lateral do palco para dar um soco em X, que cantava o refrão da música ”Revenge”.
Enquanto o palco fica lotado de gente, o rapper é carregado para fora do palco, incapaz de se levantar sozinho. De acordo com o sargento da polícia de San Diego, Jordan Wells, a vítima de esfaqueamento foi levado ao hospital e tratado por um ferimento sem risco de vida, relata a Fox 5 San Diego.
Não houve nenhuma prisão. Um de seus gerentes de turnê contou que X ficou inconsciente por pelo menos dois minutos. Também foi passado a informação de que X e sua equipe acreditavam que o agressor estava escondido nos bastidores.
X tuitou sobre o incidente:
“A segurança e o local me prepararam, levei um soco e nocauteei, é o que é”, escreveu ele. “Da próxima vez, certifique-se de me matar para que eu não possa falar merda.”
Ele também retuitou um vídeo da briga e outro do caos que se seguiu fora do local, bem como dois tweets sobre o relato do esfaqueamento. X também compartilhou uma nova música chamada “Off The Wall!” que usa um desses tweets (da Fox 5 San Diego) como arte. Ele também discutiu o incidente numa Live do Instagram, onde declarou:
“Não estou dizendo nada. Não estou retaliando e não estou fazendo nada. Aconteça o que acontecer com ele [o agressor no palco], não tenho nenhum envolvimento.”
Em seu story no Instagram, ele escreveu (em letras maiúsculas):
“Mensagem para meus inimigos, cheguem hoje à noite, estarei pronto”, concluiu o texto com um emoji de beijos.
No Snapchat, ele se dirigiu a um terceiro não identificado, aparentemente associado ao agressor no palco, perguntando:
"Mas como é saber que seu amigo pode morrer esta noite por sua causa, não estou dizendo que tive algo a ver com o ‘estranho que o esfaqueou’ mas seu mano não está muito gostoso [agora]”, finaliza o texto com um emoji de sorriso.
O agressor supostamente seria um associado do rapper Rob Stone, então envolvido em uma rivalidade que envolve tanto X quanto Ski Mask. A rivalidade já havia levado Ski Mask the Slump God a ser agredido durante a turnê Outlet do rapper Desiigner no início do ano. Os policiais disseram que outra briga também começou mais tarde no estacionamento. Os fãs no local culparam o rapper Rob Stone pela confusão, gritando seu nome assim que a luta começou, mas não está claro se ele estava realmente envolvido. Também foi passada a informação de que os policiais queriam falar com X para dar um depoimento.
X postou um vídeo culpando o local e a segurança por armarem para ele, e ele está ameaçando processar. Dois dias depois do acontecido, ainda não se sabia com clareza o que levou o rapaz a fazer aquilo, apesar de X e seus fãs acreditarem que o rapper Rob Stone, desafeto de X está por trás de tudo. De acordo com X, o seu agressor passou por doze seguranças para poder alcançá-lo, o que, para ele, significa que não faria sentido pagar mais pessoas para protegê-lo.
Em uma nova entrevista para a estação de rádio Real 92.3 de Los Angeles, Stone confirmou que a tensão começou como havia sido relatado anteriormente: enquanto eles estavam em turnê com Desiigner, Ski Mask the Slump God subiu no palco com Stone sem ser anunciado e sem ser desejado tanto por parte do público quanto pelo próprio Stone. Ski Mask também chegou atrasado para uma apresentação na cidade natal de Stone, San Diego, no que o rapper de "Chill Bill" viu como uma tentativa de tirá-lo do palco.
“No primeiro show, ele saiu correndo do meu set e começou a zombar de mim”, lembrou Stone.
Após algumas apresentações em San Diego, a chegada tardia de Ski Mask atrasou todo o show e reduziu o tempo de Stone no palco.
“Ele quer agir como uma diva, não quer chegar na hora certa, ele quer ocupar minha vaga”, explicou Stone. "Como você vai vir para minha cidade e fazer isso? Por que você quer vir para minha casa e fazer isso?"
Durante o set de Ski Mask naquela noite, ele foi jogado para fora do palco. Isso foi seguido por um incidente em Los Angeles onde o mesmo foi agredido. Segundo Stone, as coisas não precisavam ser assim.
“Tentei tirar o microfone dele e simplesmente aconteceu do jeito que aconteceu”, disse ele. “Não teria acontecido assim, mas ele estava com medo de vir para a sala verde [e falar comigo].”
Stone disse que ele e Ski Mask estavam na verdade resolvendo suas diferenças em particular, até que X se intrometeu e começou a provocá-lo, divulgando o número do celular do rapper, endereço e fotos de seu filho pequeno. Stone afirmou que X lhe informou a data e o local do agora infame show em San Diego, antes mesmo de ser anunciado publicamente.
“Quando tudo aconteceu entre mim e Ski Mask, ele (X) me enviou [as informações do show] como, 'vejo você lá'”, lembrou Stone. "Ele estava me provocando o tempo todo."
Quanto a quem realmente atacou X naquele show e quem foi esfaqueado depois, Stone disse aos entrevistadores que não tinha ideia. Ele disse que nem estava lá.
“Eu estava assistindo às finais, como a maioria das pessoas”, ele disse. “Foi uma coisa de San Diego”, disse ele sobre o incidente. "Era maior que Rob Stone. É um orgulho da cidade."
Drake e Rob Stone reagiram ao acontecido, sendo o último lançado até uma nova diss contra X. Tirando uma onda sobre a situação, o rapper de “Chill Bill” usou as redes sociais para fazer uma piada em seu Instagram usando uma cena do anime Dragon Ball como referência. A imagem faz alusão a um meme de X que viralizou na internet onde o rapper é comparado ao Majin Boo.
Não satisfeito, o rapper ainda lançou uma diss chamada “Xxxtracredit” na qual ele menciona o ataque em San Diego e debocha de X e Ski Mask dizendo que os rappers falam muito na internet mas na vida real só apanham, além de questionar o fato do rapper ter agredido sua ex-namorada grávida por ter o traído e um ultimato falando para o rapper não voltar para Los Angeles. Já Drake foi menos agressivo, nas Redes Sociais do DJ Akademiks, Drizzy sutilmente curtiu alguns comentários debochando de X no vídeo em que mostrava ele sendo nocauteado.
Em junho, X foi eleito na "2017 Freshman Class" da XXL. A XXL anunciou, marcando o 10º ano em que a publicação apresenta artistas emergentes em uma capa anual. E na ocasião, a turma de 2017 incluiu: Kamaiyah, A Boogie Wit da Hoodie, PnB Rock, MadeinTYO, Playboi Carti, Aminé, Kap G, Kyle, Ugly God e o próprio X, que ganharam uma votação dos fãs para formar a turma. A edição física dessa revista seria lançada apenas no dia 4 de julho.
Ao mesmo tempo que sua fama crescia, sua reputação só piorava. Depois que ele apareceu na lista XXL, muitas publicações criticaram a revista.
“XXXTentacion não deveria estar nesta capa”, escreveu Tom Breihan em um artigo de junho no Stereogum, um site de música.
No mesmo mês, o Outline, outro site, publicou o artigo: “Do Not Co-Sign XXXTentacion (Não assine XXXTentacion)”.
Já era perceptível que as coisas iam de mal a pior nas maratonas da Revenge Tour. E X novamente deu o que falar, ao socar um membro da plateia durante um show no Complex em Salt Lake City, Utah, em 16 de junho. Ele alegou numa live do Instagram que esse ato foi em legítima defesa, pois havia solicitado que ninguém na plateia o tocasse, avisando que daria um soco neles se o fizessem.
X estava programado para se apresentar no Concord Music Hall em Chicago, Illinois, em 20 de junho. O show foi cancelado no último minuto, o que levou centenas de fãs a inundar as ruas e quase iniciar um motim. Ele disse que o motivo do cancelamento da apresentação foi uma decisão da administração do local.
Quatro dias depois, X anunciou o cancelamento do resto das datas da turnê devido ao seu primo ter sido baleado no dia 24, embora a data final da turnê em Broward County, Flórida, ainda tenha prosseguido e foi posteriormente transmitida no aplicativo watchthemusic (WAV). X viajou pelos quatro cantos dos Estados Unidos em quatorze estados diferentes.
Cronograma da Revenge Tour
Data: Cidade: Local:
31 de maio de 2017 Houston, Texas House of Blues
1º de junho de 2017 Dallas, Texas Gas Monkey Live
3 de junho de 2017 Albuquerque, New Mexico Sunshine Theater
4 de junho de 2017 Scottsdale, Arizona Livewire AZ
6 de junho de 2017 Los Angeles, California The Novo
7 de junho de 2017 San Diego, California The Observatory North Park
9 de junho de 2017 Santa Cruz, California The Catalyst
10 de junho de 2017 San Francisco, California The Regency Ballroom
11 de junho de 2017 Sacramento, California Ace of Spades
13 de junho de 2017 Portland, Oregon Roseland Theater
14 de junho de 2017 Seattle, Washington The Showbox
15 de junho de 2017 Garden City, Idaho Revolution Concert House & Event Center
16 de junho de 2017 Salt Lake City, Utah The Grand at the Complex
17 de junho de 2017 Denver, Colorado Ogden Theatre
19 de junho de 2017 Maplewood, Minnesota Myth
20 de junho de 2017 Chicago, Illinois Concert Music Hall
21 de junho de 2017 Milwaukee, Wisconsin The Rave
22 de junho de 2017 Detroit, Michigan Majestic Theatre
2 de julho de 2017 Pompano Beach, Florida Club Cinema
X, que foi criado como cristão, tinha um interesse bem documentado pelo ocultismo. O jornalista do Miami New Times, Tarpley Hitt, que conduziu uma das poucas entrevistas com ele na mídia, refletiu que ele passou a maior parte da conversa de duas horas falando sobre o assunto, em detrimento de responder a perguntas sobre sua infância ou acusações criminais.
Colegas de casa da época em que morou com o ator pornográfico Bruno Dickemz lembraram que ele tinha uma coleção de livros sobre ocultismo e participava de rituais. Enquanto morava lá, sua ex-namorada, Ayala, fingiu estar possuída por demônios como uma forma de assustá-lo e tirá-lo de seu relacionamento turbulento, mas em vez disso o fascinou. Ele foi inspirado pela filosofia da antroposofia do filósofo austríaco Rudolf Steiner e seus ensinamentos sobre a consciência.
Durante o XXL Freshman cypher, ao cantar a faixa "I Spoke to the Devil in Miami, He Said Everything Would Be Fine", X menciona a venda de sua alma para Satanás. Quando questionado pelo DJ Akademiks sobre o assunto, ele se recusou a responder, preocupado em poder encorajar as crianças que seguem esse caminho sombrio.
Além disso, em sua faixa "Daemons", ele discute uma fantasia de vingança contra Jesus e Deus por permitir atrocidades no mundo, enquanto expressa ceticismo sobre a existência de Deus. Especificamente, X descreve a busca de vingança contra Deus por permitir o sofrimento mental de seu tio, que cometeu suicídio por enforcamento quando ele era criança.
Ao falar de suas influências musicais, X disse:
“Gosto muito de coisas de vários gêneros que não se baseiam apenas no rap em si. Sou mais inspirado por artistas de outros gêneros além do rap”.
X foi definido como um artista versátil e sua música foi descrita como tendo uma estética lo-fi, sendo diversa e experimental, atraindo influência do heavy metal. Sua música também tem a tendência de conter graves distorcidos e uma falta intencional de polimento. Falando sobre isso, X disse que a mixagem intencionalmente ruim em suas faixas as torna genuínas. Alguns fãs também notaram que sua música inspirou muitos artistas emergentes, como Juice Wrld e Trippie Redd, a canalizar estéticas semelhantes em suas músicas.
X havia anunciado o lançamento do seu primeiro álbum de estúdio, ele afirmou que o público-alvo do álbum são pessoas que sofrem de depressão, e que o álbum é uma “porta de entrada” para sua mente. As composições de 17 são baseadas em suicídio, relacionamentos fracassados e infidelidade. Também foca nos acontecimentos da vida de X e envolve muito diálogo interno.
Falando sobre o som de 17, ele explicou que o álbum era diferente de seus trabalhos anteriores, dizendo:
"Se você me escuta para ficar animado ou para não pensar, não compre este álbum, este é para a depressão, para os deprimidos, para os perdidos."
Em declarações à XXL, X disse que o álbum consistiria em um som R&B alternativo. O álbum segue um estilo diferente de suas músicas tradicionais, que é frequentemente considerada rap rock e trap music. O álbum adapta diferentes gêneros musicais, incluindo emo e indie rock, para criar um estilo não convencional que se enquadra no gênero de R&B alternativo. O álbum em si é produzido principalmente por X, Natra Average e Potsu, um produtor que geralmente cria hip hop instrumental lo-fi no SoundCloud.
Andrew Matson, do Mass Appeal, destacou X na vanguarda do atual toque de rock & roll no hip-hop... e constrói um disco emo que evoca alguns de seus trabalhos anteriores (a parte da guitarra), mas deixa completamente para trás seu popular estilo de aumento e baixo de distorção que era popular na cena da Flórida.
Matson descreveu ainda as músicas de 17 como sendo principalmente violões e piano. Jon Powell, do Respect, chamou o álbum de uma montanha-russa emocional contida em diferentes gêneros, todos mantidos juntos pelo lirismo em constante mudança de X e pelos harmônicos de Aaron Lewis, e que deixa você absolutamente maravilhado com o talento [de X], mesmo no meio de seu supostas transgressões passadas.
X lançou trechos no dia 6 de agosto, por meio do Snapchat. Os trechos mostrados eram a página de sua biblioteca do iTunes com o álbum sendo reproduzido apresentando uma tracklist de 8 músicas. Ele manteve o controle sobre o recurso que mostra a contagem de músicas no monitor do computador e não anunciou a tracklist como oficial.
As músicas apresentadas nos trechos incluíam "Jocelyn Flores", "Save Me", "Fuck Love" com Trippie Redd, "Orlando" e "Ayala (Outro)". Vernon Coleman da XXL chamou os trechos de muito sombrios. Trechos foram lançados mostrando-o em colaboração com Kodak Black, Lil JJ, e Juicy J.
Em 22 de agosto, X revelou a tracklist oficial junto com a capa final do álbum. Um dia antes do lançamento do álbum, a música "Fuck Love" com Trippie Redd foi lançada no SoundCloud. Mais tarde, ele anunciou por meio do Snapchat que a data de lançamento do álbum seria em 25 de agosto.
Em 23 de agosto, X postou em sua conta do Instagram um pequeno clipe de 3,5 segundos gravado de baixo pra cima, onde ele aparenta estar se enforcando em uma árvore. O vídeo gerou rumores e preocupações de que ele realmente havia cometido suicídio. No entanto, muitos foram rápidos em apontar que o vídeo era falso e suspeitaram que fosse um golpe publicitário para chamar mais atenção para seu próximo álbum, que a imprensa condenou e criticou fortemente o rapper.
Mais tarde naquele dia, X postou outro clipe em seu Instagram, mostrando mais clipes do enforcamento, mas desta vez explicando que os clipes eram um teaser para um próximo videoclipe. Mais tarde, ele ofereceu uma explicação completa da situação e pediu desculpas publicamente em seu Instagram.
17 foi lançado pela Bad Vibes Forever e Empire Distribution com duração de pouco menos de 22 minutos. É um álbum breve e não apresenta uma música com mais de três minutos. Estreou em segundo lugar na Billboard 200 dos EUA, vendendo 86.000 unidades equivalentes ao álbum na primeira semana.
O álbum foi apoiado pelo single principal "Revenge", e é o segundo disco comercial de X, seguindo a mixtape de compilação de mesmo nome. O álbum possui os singles "Jocelyn Flores" e "Fuck Love". "Jocelyn Flores", "Revenge", "Everybody Dies in Their Nightmares", "Depression & Obsession", "Save Me" e "Carry On" que estrearam na Billboard Hot 100. "Jocelyn Flores", "Everybody Dies in Their Nightmares" e "Fuck Love" também estrearam no top 100 da UK Singles Chart.
A música "Jocelyn Flores" foi dedicada à jovem de Cleveland, Ohio, que tragicamente tirou a própria vida no dia 14 de maio. Três meses após a morte de Jocelyn, X lançou a música no SoundCloud. ”Jocelyn Flores” se tornou um sucesso, subindo nas paradas e ganhando popularidade. A letra da música trata de temas como a morte e leva esse título em sua homenagem. Ele também dedica outra música, Revenge, a Jocelyn Flores. A faixa tirou da obscuridade o suicídio da garota no sul da Flórida e tornou-a uma das tragédias mais famosas do ano na cultura pop americana.
Entretanto, a família de Jocelyn teve uma reação mista ao se deparar com o uso de seu nome como título da música de X. Alguns familiares ficaram irritados por ele ter usado a história dela sem permissão, enquanto outros se sentiram honrados com a homenagem. O sucesso da música trouxe a história de Jocelyn aos olhos do público, levando a um influxo de mensagens de ouvintes expressando apoio ou compartilhando suas próprias lutas contra o suicídio.
O álbum 17 recebeu críticas geralmente favoráveis. Meaghan Garvey do Pitchfork afirmou que 17 apresenta X como impressionantemente hábil em reconciliar suas influências em um som que é chocantemente elegante, mesmo em sua forma mais grosseira - um álbum cujas influências díspares se dissolvem em um banho ácido de sentimento cru. Andrew Matson do Mass Appeal descreveu o álbum como musicalmente excelente, moralmente problemático.
Eric Skelton, do Pigeons and Planes, chamou a composição do álbum de progressiva e desafiadora de gênero. Mitch Findlay do HotNewHipHop chamou-o de diferente de um álbum de hip hop comum, destacando sua estética lo-fi, experimentação com arranjos de guitarra e vocais.
Figuras notáveis na indústria da música hip hop também deram reconhecimento ao álbum, incluindo o rapper americano Kendrick Lamar, que escreveu no Twitter:
“Ouça se sentir alguma coisa. Pensamentos crus.”
X estava cumprindo seis anos de liberdade condicional pelas acusações do condado de Broward e marcado para ser julgado por suas acusações em Miami-Dade em outubro, mas o sucesso do seu álbum é indiscutível; 2017 estava sendo o seu ano de ascensão e auge.
Em 17, X foi capaz de combinar suas lutas contra a depressão e pensamentos suicidas com seu relacionamento. Aos seus olhos, ele não só é vítima de falsas acusações, mas o relacionamento em questão tem sido incrivelmente destrutivo para sua saúde mental. Ele vende o álbum inteiro como uma forma de curar, ou pelo menos anestesiar sua depressão, um objetivo que claramente ressoou entre os fãs e contribui para uma narrativa reconhecidamente convincente.
Na faixa “Carry On”, X nega explicitamente as acusações feitas contra ele: “Preso em um conceito, falsamente acusado / Foi usado e enganado / Vadia, espero que você descanse em paz”. Na letra, ele se retrata como a verdadeira vítima: ‘Uh, ombro frio, coração partido, mal falado / Estou aberto, os dedos dela em todas as minhas facadas / E se ela pudesse, ela provavelmente dançaria no meu túmulo / Dentro da minha cabeça, eu vejo seu rosto / Eu odeio porra que eu ainda te amo, sim”.
Essa crueza emocional também é vista em “Fuck Love”, com participação de Trippie Redd, onde X diz: “Estou enjoado, estou morrendo / Ela arrancou meu coração / Não consigo encontrá-la, alguém para / Meus olhos estão todos chorando / Perdi, tumultos / Tiros dentro da minha cabeça”.
Ele ainda alude aos rumores de trapaça em “Dead Inside (Interlude)”: “Onde eu estava? / Quando ele estava apalpando você com as mãos? / Estou supondo que o amor está morto / Vi as imagens vívidas na minha cabeça”.
“Revenge” é uma música que ele dedicou à Jocelyn Flores, mas foi escrita e gravada antes de seu suicídio. Na faixa, ele parece abandonar a pretensão de sua inocência e, em vez disso, faz uma ameaça ameaçadora de “agir para se vingar”: “Eu cavei duas sepulturas para nós, minha querida / Não posso fingir que fui perfeito, deixando você com medo / Oh cara, que mundo, as coisas que ouço / Se eu pudesse agir em minha vingança, então, oh, eu faria? / Alguns matam, alguns roubam, alguns quebram seu coração / E você pensou que eu iria esquecer isso e deixar você andar / Bem, corações partidos, quebram ossos, então termine rápido / E eu não quero deixar isso passar, então no meu túmulo eu vou apodrecer”.
O sobrenome de sua ex é usado como título do encerramento do álbum, na faixa “Ayala (Outro)”. X coloca a culpa por seus problemas de saúde mental diretamente nas costas dela: “Ooh, ah, ah / Ela me mostrou um amor falso, não consigo esquecer / Como doeu, não / Fiz uma lista dos meus arrependimentos / E você foi o primeiro, amor, oh / Oh, dói, não consigo esquecer / Como doeu, não / Fiz uma lista dos meus arrependimentos”.
17 teve sete músicas de X: "Jocelyn Flores", "Revenge", "Fuck Love", "Everybody Dies in Their Nightmares", "Depression & Obsession", "Save Me" e "Carry On" que estrearam na Billboard Hot 100 nos números 31, 77, 41, 54, 91, 94 e 95, respectivamente. “Jocelyn Flores” se tornou a música de maior sucesso de X desde "Look at Me!", que atingiu o pico da trigésima quarta posição.
Após o lançamento do seu álbum de estréia, um show gratuito foi anunciado para acontecer no Orpheum em Tampa, Flórida, em 2 de setembro. O local tinha capacidade para suportar apenas 750 espectadores, mas mais de 3.000 pessoas apareceram para comparecer ao concerto e o local teve que cancelar o concerto antes que um risco à segurança fosse criado. Isso fez com que muitos fãs do artista quase se revoltassem nas ruas e a polícia precisasse dispersar a multidão. Mais tarde, alguns fãs afirmaram online que foram atacados com gás lacrimogêneo por policiais após o motim.
Em 3 de setembro, X anunciou que Bad Vibes Forever, seu segundo álbum que inicialmente seria o primeiro, ainda estava em produção. Em 8 de setembro, a Pitchfork vazou o depoimento de Ayala, onde foi disponibilizada uma transcrição de 142 páginas do depoimento da suposta vítima de violência doméstica, entregue durante duas horas e meia em janeiro na defensoria pública em Miami. O advogado de X, seu empresário e os porta-vozes de sua gravadora, Empire, não responderam aos pedidos de comentários.
No depoimento, Ayala disse que sofreu um padrão sombrio de abuso de rotina e ofereceu detalhes angustiantes sobre o que ela disse ter acontecido nos últimos dias antes das acusações. O julgamento foi adiado novamente com data anunciada para o dia 11 de dezembro. A controvérsia surgiu mais uma vez após a escolha de X de doar US$100.000 para programas de prevenção de violência doméstica, e ainda mais quando ele anunciou um evento para apoiar vítimas de estupro, embora tenha sido posteriormente cancelado devido ao vandalismo.
X lançou o seu primeiro videoclipe para sua música "Riot" no YouTube em 12 de setembro, que une o videoclipe com sua música "Look at Me!" de 2015 e "Riot" lançada também no mesmo ano. A cena polêmica o retrata colocando um laço no pescoço de uma criança caucasiana e depois pendurando-a, representando um enforcamento. Alguns acreditaram que o vídeo era instigante e socialmente consciente, outros o consideraram insensível.
A mãe da criança originalmente estava ansiosa com a cena, ela disse que estava bem com a mensagem retratada, o que X explicou como:
“Não importa como você olhe, os quatro assassinatos que mostrei no início foram assassinatos cometidos por supremacistas que eram reais. Aquele menino branco ainda está vivo. Então, as pessoas que morreram no vídeo são reais. Todo mundo está tão incomodado com o linchamento da criança, mas quer você perceba ou não, os assassinatos no início são todos reais. Heather Heyer, Emmett Till, Philando Castile, esses são assassinatos reais. Esta criança caucasiana ainda está viva. É uma representação artística. Sou basicamente eu colocando o sapato no outro pé, mostrando outra perspectiva.”
Falando numa live do Instagram, ele disse a seus seguidores que o vídeo não apoiava apenas o Black Lives Matter, mas também apoiava o All Lives Matter.
X disse muitas vezes que desconfiava da polícia devido tanto a experiências pessoais quanto a casos divulgados, como o assassinato de Philando Castile, que X descreveu como um assassinato. No videoclipe de "Riot", são mostradas representações dos assassinatos de Emmett Till, Heather Heyer e Philando Castile, além da representação fictícia no final do vídeo de uma criança branca sendo enforcada.
X disse que a última representação presente no clipe não era uma expressão de racismo reverso, mas era para mostrar que a indignação pública do vídeo seria mais focada na morte fictícia da criança branca do que nas representações de assassinatos racistas reais. X expressou frustração em uma entrevista de 2017 porque o policial que matou Eric Garner não foi preso.
A Klu Klux Klan o ameaçou por causa do conteúdo de seu videoclipe de “Look At Me!”. Em um vídeo que X postou no Instagram, ele revelou que um membro da KKK (Ku Klux Klan) o contatou por telefone e ele não deixou uma mensagem boa.
"Sim filho da puta. Escute, você me envolveu agora e eu vou caçá-lo idiota”, disse o homem com raiva.
O homem não identificado também fez referência ao videoclipe de X, no qual ele enforcava uma criança branca e exibia imagens de homens negros sendo assassinados.
“Você quer matar brancos? Você quer matar negros? Você quer brincar com o K, filho da puta?”, perguntou ele. “Nós vamos destruí-lo, vadia. Estamos indo atrás de você”.
A KKK não foram os únicos que X afetou com sua atitude. O Twitter explodiu em debate depois que ele abandonou o visual da cruella para um visual de cabelo grisalho e de sobrancelhas raspadas no início da semana. Era 20 de setembro, e X postou no seu Instagram um visual incomum pra cena do hip-hop, que ficou conhecido posteriormente como “Ugly era”.
Ele chegou a fazer uma tatuagem de uma árvore sem folhas no meio da testa. X explicou sem muitos detalhes referente ao significado da tatuagem, afirmando que possuía um significado muito espiritual para o mesmo.
A fotografia de mudança visual viralizou em poucas horas. Essa foi uma das fases mais difíceis do X e que também é tão pouco comentada. Quem acompanhou toda sua trajetória na época, pôde notar como esse episódio foi mal visto por boa parte do público, a ponto de fazerem diversas comparações e memes sobre isso.
X era uma pessoa muito espiritual, ninguém, pelo menos de fora dos bastidores, tinha a real noção dos conflitos que ele estava passando. A mídia chegou a alegar que essa atitude era apenas uma forma de se autopromover chamando atenção, mas o fato que foi evidenciado no documentário Look At Me!, onde mostrava que ele estava numa fase muito péssima devido a sua saúde mental que se agravou, sem falar na ansiedade, pois aguardava a sentença por uma série de crimes, que por sinal, poderiam prejudicar a sua carreira dali em diante.
Ele avaliou a sua postura e a mensagem distorcida que até então passava para o seu público, o que não mais o agradava. Outro fator foi que ele, como sendo uma pessoa bastante espiritual, percebeu que não poderia evoluir sendo uma má influência.
Por essas razões buscou uma forma de se punir. E essa mudança radical acarretou não apenas na questão estética, mas também na mudança de conduta.
Nessa nova fase, ele buscou se redimir com seus seguidores, se desconstruindo, matando no sentido literal da palavra o seu eu polêmico do passado, que o levou a fama, e expondo uma nova natureza, longe de confusão e mais próximo da sua evolução espiritual.
Sendo assim, o contexto da tatuagem da árvore na testa pode representar a vida, uma representação de X em seu estado atual. Essa árvore sem as folhas representa uma fase muito difícil na sua vida e a falta das folhas não significa que é uma árvore morta, mas sim, uma árvore capaz de crescer, de evoluir mesmo em tempos difíceis.
Há quem diga que a tatuagem faz referência a música que X era fã e que já até recomendou para o público em seu Instagram. Essa música em questão se chama “Poison Tree” da musicista Grouper, e faz referência ao poema “A Poison Tree” (Uma Árvore Venenosa) escrito por William Blake, onde na história, a árvore venenosa é uma representação de rancor, dor e ressentimento abrigados. Quando o eu é totalmente realizado, se for cultivado a partir das raízes do rancor, os frutos do eu serão venenosos. Mas tudo a respeito do seu significado não passa de uma mera suposição, isso quer dizer que nunca saberemos o real significado da tatuagem.
Em 22 de setembro, Noah Cyrus, irmã de Miley Cyrus, lançou seu single intitulado "Again", com os vocais de X. De acordo com o Genius, “Again” é um dueto pop suave e onírico, em que X se torna a última tendência do hip-hop de gravar uma música inteiramente cantada.
A gravadora de X, Bad Vibes Forever, assinou um acordo de distribuição com a subsidiária do Capitol Music Group, Caroline, em 19 de outubro. O acordo, supostamente no valor de US$6 milhões, era para apenas um álbum. Pouco depois, em 25 de outubro, X anunciou que estava rescindindo seu contrato com Caroline, apesar de um representante confirmar que ele ainda estava assinado.
Dois dias depois, ele anunciou que estava se aposentando devido à negatividade e à reação, embora algumas publicações tenham notado que X fez declarações semelhantes antes e não seguiu em frente. Em 30 de outubro, ele anunciou que faria música novamente se o colega rapper de Broward, colaborador e "ex-melhor amigo", Ski Mask, fosse seu amigo novamente, dizendo a seus fãs para postarem "seja amigo de X novamente" nas contas da rede social de Ski Mask.
A postagem levou a uma troca de mídia social entre os dois, com X explicando seu lado numa Live no Instagram:
"Foi uma falta de apreço da parte dele, não por minha causa, acho que apenas do ponto de vista comercial. Mas ele colocou uma perspectiva de negócios antes de um relacionamento pessoal, e estou com ele como amigo e como irmão há muito tempo. Quero dizer, é apenas alguma outra merda, para ser honesto. Não é nada que eu tenha feito de errado. Não posso nem dizer que fiz alguma coisa com ele, e não entraria na internet e diria isso se não me importasse com o relacionamento, mas você já sabe como é. Eles usam você para onde querem ir e depois se separam. E tenho sido muito usado, caso você não tenha notado.”
Ski Mask respondeu logo depois, usando o story do Instagram:
“[Eu] sempre amarei aquele cara de aparência alienígena chamado XXX, mas tenho que me distanciar porque ninguém me veria como um rapper individual se eu não o fizesse, além disso, aquele cara é maluco".
Mais tarde, X respondeu à pergunta de um fã numa live do Instagram sobre sua aposentadoria, dizendo:
"Estou desistindo? Sim, estou desistindo. Não sei por quanto tempo, mas simplesmente não vou fazer música agora mesmo."
X tentou reparar os danos que causou ao longo de sua trajetória. Em outubro, ele acessou o seu Instagram para anunciar planos de doar US$100 mil para programas de prevenção de violência doméstica. Ele também pediu desculpas a qualquer mulher que tenha desrespeitado ou fez sentir–se violada, especialmente com seus comentários vulgares ameaçando foder com as irmãs mais novas de seus críticos na garganta e oferecendo abusar domesticamente de mulheres, depois que os detalhes de seu caso foram revelados. Embora ele diga que não aceita seus comentários, como:
“Sou insensível porque me recuso a aceitar para mim uma realidade que não é a minha”, ele aparentemente lamenta os outros.
X disse que acordou em uma certa manhã lamentando o seu desrespeito pela população feminina e prometeu tornar o futuro melhor para os jovens, em parte com jogos de futebol gratuitos. Ainda em outubro, Rob $tone confirmou que ele e X conversaram e resolveram sua rivalidade.
X se mudou para uma mansão de 6.000 pés quadrados em Parkland, Flórida, que comprou em novembro, por US$1,4 milhão. A casa de esquina em uma rua rica, mas comum, em Parkland, a cerca de seis quilômetros da Marjory Stoneman Douglas High School, mudou-se pouco depois e tornou o lugar seu, decorando da maneira esparsa e indiferente que alguém esperaria de um proprietário jovem, mas com toques ocasionais de alta qualidade, como um estúdio de gravação de nível industrial no primeiro andar.
Em sua casa havia dois carros, um BMW preto e uma van colossal que ficavam estacionados em frente a uma daquelas calçadas circulares que são populares nos subúrbios. Uma equipe de paisagistas pontilha as bordas da propriedade, garantindo que os arbustos permaneçam podados. Há meia dúzia de redes Wi-Fi para escolher, todas variantes nomeadas de “Theworldwithin”.
Ele apresentou novas músicas em 2 de novembro, sinalizando um retorno à produção musical. Anunciou Bad Vibes Forever novamente em 17 de novembro, falando sobre o álbum, X disse:
"Será uma mistura de gêneros com os quais você me viu brincar, se você não é um fã de mim, este é não é um álbum para você, é apenas para os fãs mais fiéis".
O rapper Ugly God abordou uma suposta briga com X no domingo, dia 12 de novembro, após um discurso retórico na rede social do grupo de X.
“Isso não é uma merda”, disse Ugly God no vídeo curto, mas direto. “Isso não sou eu sendo assustador. Sou eu sendo maduro. Porque eu não tenho medo de nenhum mano, você me entende.”
A situação se desenrolou depois que Ugly God postou “Free X” em resposta a um boato de que o rapper havia sido preso em Las Vegas por supostamente dar um soco no rosto de uma mulher de meia-idade. Depois de uma série de capturas de tela e comentários, X pareceu confundir a fonte e culpou Ugly God por iniciar o boato. X começou a bloquear Ugly God e postar um discurso retórico no Twitter, completo com algumas ameaças explícitas, de acordo com sua estética usual.
“Eu vi seus pequenos comentários sobre os manos do rap estarem com ciúmes”, observa Ugly God em seu vídeo. “Nós capitalizamos a mesma merda… eu não invejo a sua vida, mano.”
O rapper conhecido pela música “Water” continuou apontando para as respostas instantâneas de seus colegas às situações, em vez de pensar antes de reclamar.
“A razão pela qual você é tão impulsivo com base em suas emoções, cara, não faz sentido para mim”, disse ele. “Mas, novamente, não sei o que se passa com você.”
Ugly God concluiu sua mensagem observando como o mal-entendido poderia ter sido evitado com um simples telefonema.
“Tudo o que você precisava fazer era me bater”, disse ele a X.
“Eu te perdoo e espero que você me perdoe”.
X mudou de idéia, excluindo seu discurso retórico e deixando apenas um tweet.
“Mas esqueça tudo o que eu disse, é apenas meu demônio falando, tentando tirar o pior de mim, mas isso não vai acontecer, minhas intenções são puras”, escreveu ele no dia 13.
Em 14 de novembro, X postou em seu story no Instagram, uma acusação ao grupo de rap Migos de terem atacado-o e apontar uma arma de fogo para ele devido a seus problemas anteriores com Drake. O rapper alegou que foi atacado por Migos em Los Angeles. O grupo o enfrentou três contra um e até sacou uma arma. Depois, ele compartilhou um vídeo onde exibia seus hematomas e insultava Quavo, Takeoff e, principalmente, Offset.
"Depois de toda a merda que tenho falado, como diabos você não atirou em mim?" ele perguntou. "Ele [Offset] estava com medo de brigar comigo cara a cara. Esses manos estavam com medo de brigar comigo! Vocês, manos, têm 35 anos! Não estou bravo porque tenho gente de 35 anos com medo de brigar comigo."
Migos não revelou publicamente sua versão da história. Imediatamente X teve que se desculpar com eles, pois descobriu-se que não foram eles que o atacaram. X postou a gravação de vigilância numa terça-feira, bem como uma foto dos dois caras que realmente apareceram para atacar ele. Nenhum dos caras era membro do Migos.
X inicialmente pensou que um dos agressores fosse Takeoff e o atacou nas redes sociais. Ele também postou uma foto da então noiva de Offset, Cardi B. Só para constar, os dois supostos agressores usavam pingentes de “Migo Gang”, mas não está claro se eles tinham alguma conexão real com os rappers. X disse a Takeoff, em um comentário do Instagram:
“Do fundo do meu coração, peço desculpas a você, você só foi pego no fogo cruzado de sua linhagem de sangue, bênçãos”.
O julgamento de X pelas acusações de violência doméstica e adulteração de testemunhas foi originalmente marcado para maio daquele ano, mas foi adiado várias vezes depois que sua ex-namorada, Geneva Ayala, a suposta vítima no caso, pediu que as acusações fossem completamente retiradas. Ela também se recusou a testemunhar em tribunal, tornando mais provável a retirada das acusações de agressão ou a absolvição de X das acusações.
Em 27 de novembro, os advogados de X apresentaram um documento assinado por Ayala afirmando que ela não testemunharia contra ele no tribunal. Ayala afirmou que só assinou a pedido de X, para que os promotores e não a vítima decidam se devem prosseguir com as acusações de violência doméstica.
“E eu estava com medo”, disse ela. "Ele sempre convidava todos os seus fãs para irem a todas as audiências no tribunal. Quando eu sair do tribunal e for para a rua, o que as pessoas vão fazer?"
Em reação, como suspeita de coerção, os promotores acusaram X nas semanas seguintes de adulteração e assédio de testemunhas relacionadas tanto às acusações de violência doméstica quanto aos supostos crimes anteriores, dividindo o caso em dois. Com acusações adicionais de adulteração de testemunhas sendo apresentadas contra X, uma nova data de julgamento foi anunciada para 15 de dezembro. Apesar disso, fontes próximas à Ayala disseram que a carta era genuína e que ela queria de fato seguir em frente.
Como prova da possível tentativa de adulteração e assédio de testemunhas, os promotores apresentaram gravações de 213 ligações que X fez na prisão para amigos e testemunhas, incluindo Ayala. Quando o New Times solicitou ouvir as ligações de acordo com a Sunshine Law da Flórida, os advogados de X se opuseram, alegando, entre outras coisas, que o áudio estava isento porque equivalia a uma confissão. Um juiz concedeu uma audiência de emergência em privado e depois selou os autos até setembro deste ano.
Talyssa Lee, que diz ter testemunhado o abuso de Ayala, afirmou ter recebido um desses telefonemas.
“Jahseh me ligou da prisão e me ameaçou. Ele estava me dizendo para parar de falar com Geneva, para parar [de falar sobre o abuso] online, porque ele sabia que eu estava dizendo a verdade.”
Em dezembro, X planejou um evento “anti-estupro” durante o Art Basel Miami Beach. Mas nenhum dos esforços deu frutos: o evento anti-estupro foi cancelado depois que um de seus fãs vandalizou o local. X afirmou que nunca doou para nenhuma instituição de caridade contra abusos, optando, em vez disso, por contribuir para várias causas infantis. Não se sabe a razão por trás desta escolha.
No dia 11 de dezembro, X lançou seu décimo EP, A Ghetto Christmas Carol no SoundCloud. Um dia antes de sua audiência por acusações de adulteração de testemunhas, ele anunciou que estava preparando três álbuns para ficarem prontos para 2018, e depois de ser libertado em prisão domiciliar, ele anunciou os títulos de todos os três álbuns: Skins, Bad Vibes Forever e ?.
Em 10 de dezembro, X postou um story no Instagram, que passava a seguinte informação:
“A data do julgamento é no dia 15, às 9h, aqui estão minhas informações judiciais, se eu for levado sob custódia, quero dizer a todos que decepcionei, peço desculpas, eu tentei o meu melhor, eu realmente fiz...”
Ele então divulgou as informações da audiência. X se entregou às autoridades na manhã de sexta-feira, 15 de dezembro, para audiência em um tribunal de Miami.
As acusações de assédio e adulteração de testemunhas incluem pelo menos quatro crimes de primeiro grau, juntamente com três crimes de segundo grau. X declarou-se inocente de todas as acusações e negou as acusações de violência doméstica em várias entrevistas e comentários nas redes sociais.
Seu advogado, empresário e representante da gravadora não responderam imediatamente aos pedidos de comentários para a matéria da Pitchfork. Foi confirmado em 20 de dezembro que X estava sendo libertado em prisão domiciliar. Um porta-voz dos promotores da Flórida disse à Pitchfork que a prisão domiciliar é muito restritiva e que durará mais dois meses.
O rapper Trippie Redd cessou brevemente sua associação com X assim que surgiram detalhes das acusações contra ele. Após o desentendimento, X afirmou em um show que entendia por que Trippie Redd não queria mais se associar a ele, dizendo:
“Não faz muito tempo, eu era um pedaço de merda. Vou dizer a todos vocês pessoalmente que era um pedaço de merda, pessoa, mano. E posso admitir isso mano. Eu não era uma boa pessoa. Mas tenho tentado o meu melhor para me mudar."
X disse que ainda acreditava que Trippie Redd era um artista incrível e começou a cantar sua música "Fuck Love". Trippie Redd aceitou suas desculpas e respondeu no Instagram:
“É preciso ser um homem de verdade para falar merda e realmente pedir desculpas por suas ações. Também peço desculpas por tudo o que disse sobre você”.
Na véspera de Ano Novo, X iniciou um relacionamento com Jenesis Sanchez, que acabou se tornando sua parceira doméstica. O casal adotou três gatos e dois cachorros. Sanchez disse que em seu relacionamento, que X mostrou mudanças no controle de sua raiva e simplesmente iria embora se surgisse uma discussão, em vez de ser físico. X começou a dizer que via Jocelyn Flores como seu anjo da guarda e que isso o ajudou a tomar as melhores decisões em seu relacionamento.
X após ser liberado da prisão, 26 de março de 2017.
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103.5 The BEAT, 29 de março de 2017.
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Abril de 2017.
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Revenge Tour em Heart Nightclub, 14 de abril de 2017.
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XXL, 24 de abril de 2017. Fotografia por Travis Jones.
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XXL, 24 de abril de 2017. Fotografia por Lauren Gesswein.
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5 de maio de 2017.
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Rolling Loud, 6 de maio de 2017.
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103.5 The Beat, 26 de maio de 2017.
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Revenge Tour, 1° de junho de 2017.
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19 de julho de 2017.
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Melrose Avenue, 6 de agosto de 2017.
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6 de agosto de 2017.
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Gravação do videoclipe “Look At Me!/Riot”, 22 de agosto de 2017.
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Gravação do videoclipe “Look At Me!/Riot”, 30 de agosto de 2017.
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19 de setembro de 2017.
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Ugly era, 20 de setembro de 2017.
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20 de setembro de 2017.
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X e Trippie Redd, 23 de setembro de 2017.
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Em setembro/outubro de 2017.
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BET Hip-Hop Awards, 6 de outubro de 2017
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6 de outubro de 2017.
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X com um fã, 9 de outubro de 2017.
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LA Fashion Week, 12 de outubro de 2017.
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14 de outubro de 2017.
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15 de outubro de 2017.
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18 de outubro de 2017.
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Rolling Loud, 21 de outubro de 2017.
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PrettyLittleThing, 25 de outubro de 2017.
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17 de novembro de 2017.
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19 de novembro de 2017.
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3 de dezembro de 2017.
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Mugshot, 15 de dezembro de 2017.
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31 de dezembro de 2017.
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2018: #THEHELPINGHANDCHALLENGE; ?; Breonna Starling; Spotify; 18 de junho
X acreditava na reencarnação, retratando o ciclo de morte e renascimento como terminando somente quando alguém vive uma vida sem prejudicar os outros; ele acreditava que havia falhado nisso devido à sua violência. Ele ficou fascinado pelo conceito da Nova Era das crianças Índigo, o que pode ter sido a razão de sua atração pela cor azul e da tintura do cabelo, no final de 2017 pro começo de 2018.
Em 22 de janeiro, X anunciou no Instagram que ele e o rapper nova-iorquino Joey Badass estavam criando um projeto juntos, e os dois anunciaram o lançamento de um freestyle para a música "King's Dead" no SoundCloud em 9 de março, em preparação para a colaboração.
O canal xxxtentacion lançou o vídeo no YouTube, chamado: #THEHELPINGHANDCHALLENGE. Este vídeo mostra X doando instrumentos musicais, consoles de videogame e outros presentes para um lar adotivo. Pouco depois, ele declarou que seu álbum havia terminado e que ele estava se preparando para lançá-lo, mas só o faria depois que a hashtag #HELPINGHANDCHALLENGE atingisse um milhão de menções no Instagram.
A arte da capa de seu segundo álbum de estúdio foi mostrada pela primeira vez através do story do Instagram de X no dia 28 de janeiro, com a legenda "em breve". Mais tarde naquele dia, ele explicou que:
“Este álbum não é sobre as palavras, é sobre o sentimento... será muito difícil de entender, mas muito fácil de ouvir... não é o que você espera, mesmo que você sinta que entende minha música, esteja preparado para não entender essa música.”
Em fevereiro, X postou no Instagram que se preparava para voltar às aulas. Em março, ele anunciou que estava obtendo seu GED (General Educational Development/Teste de Desenvolvimento Educacional), e indo para uma faculdade comunitária.
X lançou seu primeiro single de 2018 em 2 de fevereiro, intitulado "Shining Like the Northstar". Ele também participou da faixa "Banded Up", do colaborador e produtor de longa data Ronny J. X lançou a música "Hope" em seu SoundCloud em 21 de fevereiro, dedicada aos mortos e aos sobreviventes do tiroteio na Stoneman Douglas High School, que ocorreu no dia 14, em Parkland, vários quilômetros ao norte da terra natal de X.
E apesar de expressar anteriormente oposição às medidas de controle de armas, X reverteu sua posição sobre o assunto após o tiroteio na Stoneman Douglas High School.
Ele realizou vários eventos de caridade para o movimento March for Our Lives (MFOL), traduzido para o português: Marcha pelas Nossas Vidas, e visitou o sobrevivente Anthony Borges no hospital enquanto o mesmo se recuperava dos ferimentos à bala. Anthony levou cinco tiros enquanto protegia seus colegas, com ferimentos que acertaram o pulmão, abdômen, costas e pernas. Ele se recuperou completamente. X o visitou no hospital e ainda fez um discurso significativo, segundo Anthony. Toda a renda da música "Hope" foi para o rapaz, assim como US$30.000 do show beneficente de X logo após o tiroteio.
X também conheceu Joaquin Oliver, de 17 anos, durante uma festa em março do ano anterior, mas ele infelizmente faleceu no tiroteio. Há uma foto na internet dos dois juntos, durante a ocasião em que se conheceram.
Em 25 de fevereiro, após o lançamento de "Hope", X postou mensagens vagas nas redes sociais acusando Drake de ameaçar matá-lo ao lado de imagens grosseiras dele (Drake) no Photoshop. Até então não há provas de que houve de fato estas supostas ameaças, conforme o mesmo relatou em suas redes sociais. No mesmo dia, X alegou que suas contas foram hackeadas enquanto havia especulações de que ele estava insultando o rapper apenas para promover as músicas "Sad!" e "Changes".
Mais tarde, X anunciou que lançaria duas músicas à meia-noite do dia 2 de março, ambos os primeiros singles para o seu segundo álbum chamado ? (Pronúncia: Question Mark). O primeiro single de ?, "Sad!", foi lançado várias horas depois junto com "Changes", que conta com a participação do companheiro do XXL de 2017, PnB Rock.
"Sad!" estreou no número 17, tornando-se sua música de maior sucesso nos Estados Unidos, e eventualmente alcançou o número 1, antes de lançar seu videoclipe oficial em 28 de junho. uma pessoa desde que ocorreram as principais polêmicas em sua carreira. "Moonlight" e "Hope" também ficaram nas paradas, chegando aos números 13 e 70, respectivamente.
X anunciou a data de lançamento do seu segundo álbum de estúdio em 12 de março. Ele compartilhou também a lista de 18 faixas que conteria no álbum. ? foi finalmente lançado pela Bad Vibes Forever, Caroline Distribution e Capitol Music Group no dia 16 de março, foi produzido principalmente pelo colaborador frequente John Cunningham e inclui uma ampla gama de participações especiais de PnB Rock, Travis Barker do Blink-182, Joey Badass, Matt Ox, Rio Santana, Judah e Carlos Andrez.
Apresentando mais instrumentação acústica do que 17, ? apresentou uma variedade de gêneros, incluindo emo, rock alternativo, acústico, trap e cloud rap. O lo-fi e os vocais de X em partes do álbum são menos contidos em comparação com 17, com seus vocais em músicas introspectivas sobre acordes de piano e violão sendo mais projetados. Em outras partes do álbum, o estilo de X lembra seu som underground, com ele utilizando o screaming para expressar um sentimento mais intenso.
O álbum possui 18 faixas, cada uma com cerca de 1 a 3 minutos de duração. O álbum foi frequentemente descrito por X como sendo experimental, onde o mesmo estava apenas testando seus diferentes gêneros e estilos em um único álbum. O próprio descreveu o álbum como muito difícil de entender, mas muito fácil de ouvir.
Na música de abertura, a faixa “ALONE, PART 3”, X começa cantando: "Não consigo encontrar o ombro de alguém, em quem vou confiar quando acabar?". Este trecho sugere que X está em um relacionamento fadado ao fracasso. Ele continua: "Arrisquei com você, isso me deixou com mais frio / Melhor sozinho quando tudo acabar." X acredita que é melhor estar sozinho, possivelmente porque acredita que não é digno do amor. Ele se arriscou demais com essa pessoa, ele está ferido e isso só o deixou mais frio. X descreve como ele se machucou, mas essa garota não se importou. "Dei ao meu amor um pedaço de mim / Ela puxou meu coração sob seus pés." X deu à garota todo o seu amor, mas ela via o amor dele como sendo algo inútil. Ao fim, ela pergunta a ele "Qual é o meu valor?".
Em “Moonlight”, X age como se não se importasse. Porém, ele ainda se sente prejudicado pelo fim do relacionamento. "Sinto que estou machucado, garota, eu sei que você planejou isso". Ele culpa a garota que o deixou por fazê-lo se sentir assim. Quando sua mente vagueia pensando na garota que ele ama e que acabou o abandonando, ele diz a si mesmo: "Por que você está viajando? Acerte o seu humor!" e continua a viver a mentira de que sua vida está bem sem ela.
Na faixa “SAD!”, X aceita quem ele é e como ele se sente. Ele se pergunta "Quem sou eu?" e percebe que é alguém que tem medo de se desapegar de pessoas e memórias. Ele admite para si mesmo que está realmente triste. "Eu dei tudo a ela, ela pegou meu coração e me deixou sozinho". X diz mais uma vez que dedicou seu coração e alma a essa garota, mas ela o deixou mesmo assim. "Não vou consertar, prefiro chorar" X tentou se consertar (na faixa Moonlight), mas sente que não consegue. Ele prefere aceitar como está se sentindo e chorar.
A música “the remedy for a broken heart (why am I so in love)” começa nos dando as palavras “Por que estou tão apaixonado?” várias vezes, proferido por um X arrasado. Ele está relembrando por que está tão apaixonado por essa garota e por que ela não sai de sua mente depois de todo esse tempo. X diz a si mesmo que ganhar dinheiro o faz se sentir "melhor do que melhor", mas no final das contas se pergunta: "Quanto vale realmente o dinheiro se não é amor?”. Ele tem as drogas e o dinheiro para afastá-lo de tudo. "Ela disse que eu, ah, estou me apaixonando por você, me apaixonando por você" A maneira como X fala essa frase faz o ouvinte acreditar que ele está refletindo no passado. Ele se lembra de quando ela admitiu seu amor por ele, todo esse tempo atrás.
“NUMB” é a representação da condição humana incorporada na canção de forma majestosa em todos os componentes técnicos, seja na letra, na melodia, nos arranjos e no vocal. Música extremamente sensível que carrega uma mensagem muito valiosa, camuflada numa composição propositalmente sútil.
No meu ponto de vista, “NUMB” é um retrospecto de uma vida mundana cheia de acertos e falhas que no fim, viu-se necessário a busca pelo perdão para assim poder transcender espiritualmente. Diria que essa música seria o canto de cisne de X.
Em “changes”, X descreve seus sentimentos referente a sua nova namorada, que começa a mudar e se afastar dele. Ele não entende como merece tanta dor quando fez tudo o que podia para mantê-la e garantir que ela não o abandonasse como sua ex fez. Ele sente que seu coração não aguenta mais outro golpe brutal. “Querido, eu não entendo isso / Você está mudando, não aguento mais / Meu coração não aguenta esse dano”.
Na faixa “schizophrenia”, X está gritando com as vozes de sua cabeça para fugir dele. Ele diz que lutará até o fim e que nunca desistirá: “Não desista, não desista!”
Na faixa final do álbum, “before I close my eyes”, X parece ter encontrado a paz. Ele pede que Deus cuide de sua alma, porque sabe que fez coisas horríveis. “Antes de me deitar para dormir, rogo ao Senhor que guarde minha alma. Espero que não seja tarde demais para mim / Diferença, mudança na distância. O tempo consome nossa imagem”. X conclui que o tempo é algo valioso que só consome a boa imagem da vida se não desperdiçá-lo com coisas negativas. Tudo muda em algum momento, e você estará perdendo seu tempo se estiver se concentrando nisso em vez de aproveitar o que tem.
Em resumo, ? pode ser a história sobre como X tentou superar suas dores de maneiras prejudiciais até que finalmente encontrou a si mesmo e alcançou a paz. O título representa aqueles momentos da vida em que o futuro parece ser incerto.
? recebeu críticas positivas dos críticos. Em uma crítica favorável, a publicação online HotNewHipHop afirmou que:
“Apesar de uma seção intermediária flácida, ? apresenta alguns dos materiais mais matizados e impressionantes de X até o momento", acrescentando que: "O compromisso de X em honrar suas várias influências é admirável, mas pode ter convinha a ele gastar um pouco mais de tempo sequenciando esse caleidoscópio artístico.”
XXL deu ao álbum uma crítica positiva e escreveu:
“O álbum sonoramente vai para todos os lados - uma faca de dois gumes que às vezes pode causar uma audição vertiginosa e desarticulada. Ainda assim, ? é a oferta mais estimulante de X até agora e com um pouco mais de foco na estrutura e na coesão, o melhor trabalho de X poderia muito bem estar à sua frente.”
? se tornou o primeiro álbum de X número um nos EUA, estreou em primeiro lugar na Billboard 200 dos EUA com 131 mil unidades equivalentes a álbuns conquistados em sua primeira semana, com 20 mil vendas puras de álbuns. Contrastando com 17, o álbum apresenta uma variedade de gêneros, incluindo rock alternativo, emo, trap, acústico, e cloud rap.
X organizou um show beneficente para os sobreviventes do tiroteio em Parkland em 18 de março e ofereceu condolências às vítimas. X pôde finalmente conquistar a liberdade da prisão domiciliar no dia 21 de março. No ano seguinte, seriam divulgados documentos e áudio de ligações que X fez para sua mãe na prisão, no qual foi sugerido que sua ex-namorada talvez nunca tivesse engravidado.
Pouco depois de ser libertado da prisão domiciliar, surgiu um vídeo do Snapchat dele batendo em uma garota chamada Breonna Starling, em 2013, quando ele tinha 15 anos. Os advogados de X reivindicaram o vídeo, que apresenta uma legenda escrita por Starling que diz sarcasticamente:
"Eu odeio esse cara", junto com X dançando alguma música antes de bater na garota, era obviamente de brincadeira.
X afirmou posteriormente que tinha medo de ser extorquido financeiramente por Starling e que membros da família dela já haviam ligado para ele solicitando dinheiro. Starling se apresentou vários dias depois, dizendo que estava aterrorizada por sua vida, no entanto, de acordo com o TMZ, X pretendia processar Starling por fraude e difamação depois que sua família exigiu uma grande quantia em dinheiro em troca de seu silêncio.
De acordo com a reclamação legal contra Starling, depois que o vídeo apareceu no Reddit, o empresário de X, Solomon Sobande, enviou uma mensagem a Starling no Instagram, dizendo a ela:
“Ei, aqui é Solomon, empresário [de Onfroy]. Por favor, entre em contato comigo o mais rápido possível."
Algumas horas depois, Sobande recebeu um telefonema de Starling. Ela declarou a Sobande:
“Já sei por que você está ligando. Não sei por que todo mundo está dando tanta importância a esse vídeo. Estávamos apenas brincando, e esse vídeo foi há anos. O que diabos está errado com as pessoas?.”
Sobande perguntou a Starling se ela poderia divulgar um comunicado declarando o que havia dito na ligação, e ela concordou imediatamente.
Poucas horas depois, Sobande recebeu um telefonema do mesmo número, mas eram os avós de Starling que estavam ao telefone. Eles disseram que ficaram extremamente chateados com o vídeo e, depois que Sobande afirmou que ela lhe disse que o vídeo era uma brincadeira, eles negaram que Starling tivesse afirmado isso. Após a ligação, Starling bloqueou Sobande no Instagram.
A denúncia alegava que Starling, seus avós e um advogado discutiram o potencial do vídeo para eles receberem grandes ganhos financeiros e exigiram US$300.000 em troca do silêncio de Starling e, além disso, ameaçaram acusar falsamente X de brandir uma arma de ar comprimido antes do vídeo. Além disso, a denúncia afirmava que Starling mudou de tom depois de saber do caso criminal de violência doméstica de X com Ayala, ameaçando realizar uma entrevista coletiva para mostrar ao mundo o quão violento ele [X] é.
Posteriormente, Starling divulgou um comunicado admitindo que a versão dos acontecimentos descrita por X e sua equipe estava correta, e que ela espera que as pessoas vejam o vídeo no contexto lúdico em que foi gravado e nada mais. Após a admissão de Starling, X desistiu do processo contra ela.
O serviço de streaming de música Spotify anunciou em 10 de maio que iria parar de promover ou recomendar músicas de X, Tay-K e R. Kelly. O Spotify declarou:
“Não censuramos conteúdo por causa do comportamento de um artista ou criador, mas queremos que nossas decisões editoriais - o que escolhemos programar - reflitam nossos valores”.
X e sua equipe responderam criticando a decisão, apontando que artistas como Ozzy Osbourne, Dr. Dre, David Bowie e Michael Jackson não estavam sendo censurados, apesar de acusações mais severas serem feitas contra eles do que as feitas contra X.
Numa aparente reversão de parte dessa política, o Spotify emitiu um novo memorando afirmando:
“Em todos os géneros, o nosso papel não é regular os artistas. Portanto, estamos nos afastando da implementação de uma política em torno da conduta dos artistas.”
Após o anúncio, o Spotify colocou “SAD!” de volta à influente playlist RapCaviar. Anteriormente, ele apareceu na lista de reprodução em 9 de maio, antes de ser removido em 10 de maio.
A decisão de remover a música de X das listas de reprodução selecionadas foi posteriormente revertida depois que o CEO da Top Dawg Entertainment, Anthony Tiffith, ameaçou remover a música de sua gravadora do serviço. Embora Tiffith tenha feito a ação, X agradeceu a Kendrick Lamar e Top Dawg como um todo.
Além do famoso elefante no pescoço, Kurious Ink fez muitas outras tatuagens em X posteriormente, como a “Death Before Dishonor” na bochecha esquerda, as linhas em seu nariz em preto e vermelho, a lua crescente em seu ombro, o “ankh” no centro do peito e “Wing Ridden Angel” na parte externa do antebraço. A última tatuagem que ele fez para Onfroy foi um relógio de bolso parado no horário 10:10:05. Kurious Ink não consegue se lembrar por que Onfroy escolheu esse horário em particular, mas ele se lembra que o propósito da tatuagem era lembrar X de que o tempo que lhe restava era precioso.
No dia 18 de junho, Jahseh Dwayne Ricardo Onfroy foi assassinado em Deerfield Beach, Flórida. Ele foi morto a tiros por Michael Boatwright, que contava então com 22 anos, depois de ser assaltado em seu carro por Boatwright e três de seus cúmplices Trayvon Newsome, Dedrick Williams e Robert Allen do lado de fora da RIVA Motorsports, um sofisticado vendedor de motocicletas e embarcações em Deerfield Beach. As autoridades acusaram os quatro homens de homicídio em primeiro grau e roubo com arma de fogo, após uma caçada pelos quatro suspeitos que durou meses.
Neste dia, X foi ao Bank of America para sacar dinheiro antes de ir para a RIVA Motorsports. Depois de retirar o dinheiro, ele foi seguido por um Dodge Journey SUV de cor escura contendo Dedrick Williams, Robert Allen, Michael Boatwright e Trayvon Newsome.
Às 15h30, X chegou à RIVA Motorsports e com seu tio, Leonard Kerr. Imagens de câmeras de segurança mostraram que Robert Allen e Dedrick Williams seguiram ele (X) para dentro da loja, e passaram pelo mesmo, enquanto ele examinava motocicletas. Eles foram registrados entrando na RIVA e comprando duas máscaras pretas.
Quase meia hora depois, X saiu da concessionária, entrou em seu BMW i8 preto e começou a se afastar da concessionária. O SUV passou na frente do carro de X, bloqueando sua única saída da concessionária enquanto Newsome e Boatwright saíam do veículo e exigiam propriedade de X com armas de fogo em mãos.
Seguiu-se uma breve resistência, na qual Boatwright e Newsome socaram X várias vezes, e Newsome começou a exigir a corrente dele. Em meio à luta, o tio de consideração de X, Kerr, fugiu do carro, deixando a porta aberta. A luta continuou com X resistindo e confuso, gritando:
“Para quê isso?".
Depois de não conseguir tirar a corrente do pescoço de X, Newsome correu para entrar no carro dele ao lado do banco passageiro, onde a porta foi deixada aberta. Newsome entrou no lado do passageiro do veículo e roubou a bolsa Louis Vuitton, contendo US$50.000, e correu de volta para o Dodge Journey. Apesar do roubo ter terminado, Boatwright recuou cerca de um ou meio metro do veículo de X, segurou seu rifle, olhou para X nos olhos e disparou três tiros, o deixando inconsciente.
Os perpetradores então fugiram do local no Dodge Journey. O cúmplice Robert Allen afirmou no julgamento dos outros três perpetradores que após o roubo, Newsome perguntou a Boatwright por que ele atirou em X, com Boatwright respondendo que ele (Onfroy) tentou pegar sua arma, embora a alegada alegação de Boatwright nunca tenha sido apoiada, e no julgamento dos perpetradores foi confirmado que X não provocou nenhum dos perpetradores.
O tiroteio ocorreu a leste da cidade de Parkland, onde X morava. O Corpo de Bombeiros do Condado de Broward o levou para a região vizinha Broward Health North. Os paramédicos conseguiram sentir brevemente o pulso, mas ele não recuperava a consciência.
X foi inicialmente relatado como estando em estado crítico após o tiroteio, mas o Gabinete do Xerife do Condado de Broward confirmou mais tarde sua morte. Jahseh foi posteriormente declarado morto por volta das 17h30 do mesmo dia. O seu assassinato foi premeditado.
Posteriormente, os investigadores determinaram que Williams estava em liberdade condicional ao mesmo tempo que X, em janeiro, e o mesmo reconheceu o carro de X no dia do assassinato, o que Robert Allen confirmou em uma interrogação. Enquanto os perpetradores dirigiam o Dodge Journey alugado, Williams avistou o carro no estacionamento da RIVA Motorsports e disse aos outros perpetradores que deveriam ir à concessionária para confirmar se era realmente de X.
O principal advogado de X, J. David Bogenschutz, disse após a morte dele, que acreditava que o mesmo teria evitado uma sentença de prisão e, em vez disso, teria sido condenado a liberdade condicional se fosse condenado por qualquer uma das acusações, já que o juiz que preside o caso, Richard Hersch, parecia começar a considerá-lo mais favorável, até mesmo concedendo-lhe permissão para sair em turnê.
Hersch também emitiu uma ordem de silêncio sobre as gravações relacionadas ao caso de X enquanto ele estava em andamento. As acusações de violência doméstica, pelas quais ele aguardava julgamento, foram retiradas voluntariamente pela promotoria posteriormente.
Após a morte de X, "Sad!" liderou a Billboard Hot 100, onde ele se tornou o primeiro artista a ganhar um single póstumo número um do Hot 100 como artista principal desde The Notorious BIG com "Mo Money Mo Problems" em 1997. ? foi o único álbum número um de X nos EUA durante sua vida. Desde então, o álbum foi certificado como platina quíntupla pela Recording Industry Association of America (RIAA). ? é o álbum de hip-hop mais transmitido no Spotify, acumulando um total de 10,3 bilhões de streams.
Em 21 de junho, a mãe de X, Cleópatra, anunciou no Instagram que Sanchez estava grávida de seu filho. Em uma entrevista, Sanchez disse que X foi notificado três semanas antes de falecer. O bebê foi confirmado como um menino em 22 de agosto, e nasceria apenas no ano seguinte, no dia 26 de janeiro com o nome de batismo criado pelo pai; Gekyume.
1° de janeiro de 2018.
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5 de janeiro de 2018.
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6 de janeiro de 2018.
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2 de fevereiro de 2018.
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1° de março de 2018.
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X e seu cachorro, Sora, 6 de março de 2018.
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X e um fã, 14 de março de 2018.
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Em março de 2018.
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4 de abril de 2018.
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X e sua namorada, Genesis, 7 de abril de 2018.
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Gravação do videoclipe “SAD!”, abril de 2018.
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Gravação do videoclipe “Moonlight”, 16 de abril de 2018.
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Rolling Loud, 13 de maio de 2018.
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Irmandade: X & Ski Mask, 13 de maio de 2018.
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11 de junho de 2018.
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15 de junho de 2018.
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Duas de suas últimas fotos com um fã, 17 de junho de 2018.
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Memorial, 27 de junho de 2018.
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Agradecimentos
O que dizer? A quem agradecer? Bem, em primeiro lugar agradeço a mim mesmo, por me dedicar a buscar os materiais de pesquisa das fontes mais confiáveis possíveis e por narrar em texto, os fatos da maneira mais próxima possível da imparcialidade. Até porque nenhuma informação presente nesta biografia é privilegiada. Infelizmente, nunca sequer pude conhecer e entrevistar o X, ou seus próprios parentes, amigos, colegas de trabalho, até mesmo os próprios fãs que estiveram mais próximos do mesmo. Os materiais de pesquisa encontram-se presente em textos de artigos jornalísticos, trechos de entrevistas disponíveis na plataforma do Youtube, no livro biográfico publicado em 2020 e em dois documentários oficiais já lançados referente ao biografado. Em segunda colocação de agradecimento, aos fãs do X, por manter o seu legado vivo, pois ele pode está morto fisicamente, mas o seu espírito é eterno e enquanto houver energia, haverá algo do que se lembrar. E em terceira colocação, última, mas não menos importante, ao próprio Jahseh, que por mais que cometeu diversos atos questionáveis, no decorrer de seus últimos momentos, esteve em busca do caminho da redenção. Não estou justificando as suas ações, mas o que verdadeiramente importa, é que ele teve tempo para buscar se corrigir, ele se permitiu mudar e mudou. É evidente. Suas músicas são versáteis esteticamente falando e carregam diversos significados. É claro, isso também contribuiu para sua fama. Sou fã do X, não por causa dos episódios polêmicos que eu, nos meus treze, quatorze anos de idade, acompanhei em torno de sua curta vida, mas pelas músicas que refletem no seu estado mental. Suas dores foram transformadas em arte, nós as ouvimos e nos encontramos ali, naquela voz calma, naqueles gritos, naquelas letras, naquela melodia. LLJ.
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Notas
XXXTentation:
https://en.m.wikipedia.org/wiki/XXXTentacion
Discografia de XXXTentacion:
https://en.m.wikipedia.org/wiki/XXXTentacion_discography
Look at Me (música de XXXTentation):
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Look_at_Me_(XXXTentacion_song)
KMT (música de Drake):
https://en.m.wikipedia.org/wiki/KMT_(song)
Caso Tablez:
Entrevista: The Xxxtentacion Interview (No Jumper):
https://m.youtube.com/watch?v=PV7Q2teRLPc
(27 de abril de 2016)
Not Linden posta fotos de suas mensagens privadas com X no Twitter e reclama de X não ter cumprido a sua palavra:
https://x.com/not_linden/status/747979409089499137?lang=en
(28 de junho de 2016)
YuNg BrAtZ:
https://genius.com/Xxxtentacion-yung-bratz-lyrics
(4 de julho de 2016)
Qual é a história por trás da arte da capa de ‘YuNg BratZ’?:
https://digestfromexperts.com/5545/yung-bratz-cover/
A história por trás da capa de Yung Bratz:
https://www.reddit.com/r/XXXTENTACION/comments/6pujhn/the_story_behind_the_cover_of_yung_bratz/
Registro de prisão:
https://mugshots.com/US-States/Florida/Orange-County-FL/Jahseh-Onfroy.139534103.html
(15 de julho de 2016)
Relatório de prisão no condado de Broward:
https://pt.scribd.com/document/338157730/Broward-County-Arrest-Report-August-2016
(agosto de 2016)
Entrevista: The Mars Files (EP. 25) XXXTENTACION [Powered MiamiSoundWav]:
https://youtu.be/JJIVuQFtbb4?si=ygagSq3HETwB1ysw
(29 de setembro de 2016)
Relatório de prisão no condado de Miami-Dade:
(8 de outubro de 2016)
Uma entrevista com XXXTENTACION, o rapper da Flórida explodindo atrás das grades:
https://genius.com/a/an-interview-with-xxxtentacion-the-florida-rapper-blowing-up-from-behind-bars
(31 de janeiro de 2017)
XXXTentacion pretende ser o maior artista de todos os tempos, apesar do processo legal e da controvérsia de Drake:
https://www.xxlmag.com/xxxtentacion-interview-case-drake/
(6 de fevereiro de 2017)
XXXTentacion está explodindo atrás das grades. Ele deveria estar?:
https://pitchfork.com/thepitch/1437-xxxtentacion-is-blowing-up-behind-bars-should-he-be/
(7 de fevereiro de 2017)
O projeto de estreia de XXXTentacion, ‘Bad Vibes’, será lançado nesta primavera:
https://www.xxlmag.com/xxxtentacions-debut-project-bad-vibes-this-spring/
(2 de março de 2017)
XXXTentacion está fora da prisão (por enquanto):
https://pitchfork.com/news/72563-xxxtentacion-is-out-of-jail-for-now/
(30 de março de 2017)
XXXTENTACION CITA DRAKE EM SUA PRIMEIRA ENTREVISTA APÓS SAIR DA PRISÃO:
https://youtu.be/qZkEdPAqOEM?si=iCbF7WN6Nh5RJhSX
(30 de março de 2017)
Por dentro da complicada situação jurídica de XXXTentacion:
https://www.complex.com/music/a/jessica-meiselman/inside-xxxtentacions-complicated-legal-situation
(5 de abril de 2017)
XXXTentacion anuncia The Revenge Tour com Ski Mask The Slump God e Craig Xen:
https://www.xxlmag.com/xxxtentacion-ski-mask-craig-xen-revenge-tour/
(26 de abril de 2017)
The Revenge Tour:
https://en.m.wikipedia.org/wiki/The_Revenge_Tour
The Revenge Tour (setlist.fm):
https://www.setlist.fm/search?query=artist:(XXXTENTACION)+tour:(The+Revenge+Tour)
A história interna de Jocelyn Flores, a adolescente trágica que inspirou o sucesso de XXXTentacion:
Qual é a história por trás da música Jocelyn Flores de XXXTentacion?:
https://www.quora.com/Whats-the-story-behind-XXXTentacions-song-Jocelyn-Flores
“Revenge” de XXXTentacion é dedicado a uma amiga que cometeu suicídio:
https://genius.com/a/xxxtentacion-s-revenge-is-dedicated-to-a-friend-who-committed-suicide
(22 de maio de 2017)
Rapper Wifisfuneral salta na multidão durante a noite de abertura da Revenge Tour de XXXTentacion:
(1° de junho de 2017)
XXXTentacion inicia um 'Foda-se o KKK!' durante um show da Revenge Tour:
https://www.complex.com/music/a/tracewilliamcowen/xxxtentacion-fuck-the-kkk-chant-revenge-tour-show
(6 de junho de 2017)
RAPPER XXXTENTACION NOCAUTEADO NO PALCO… Uma Pessoa Esfaqueada:
https://www.tmz.com/2017/06/08/xxxtentacion-knocked-out-onstage-san-diego-show-stabbing-fight/
(8 de junho de 2017)
XXXTentacion é atacado no palco, brigas e esfaqueamentos acontecem:
https://pitchfork.com/news/74060-xxxtentacion-attacked-on-stage-brawl-and-stabbing-ensue/
(8 de junho de 2017)
XXXTENTACION afirma que não aumentará a segurança após nocaute:
https://www.tmz.com/2017/06/08/xxxtentacion-knocked-out-concert-security/
(8 de junho de 2017)
Rob $tone fala sobre o incidente de XXXtentcion em San Diego:
https://m.youtube.com/watch?v=tWZgFUuBqfQ
(9 de junho de 2017)
Rob Stone fala sobre sua diss para XXXTentacion e Ski Mask The Slump God chamada “Xxxtracredit”:
https://www.xxlmag.com/rob-stone-disses-xxxtentacion-ski-mask-the-slump-god-xxxtracredit/
(9 de junho de 2017)
Rob Stone fala sobre sua diss track direcionada a XXXTentacion, compartilha seu lado da carne bovina e incidente em San Diego:
https://www.complex.com/music/a/shawn-setaro/rob-stone-drops-xxxtentacion-diss-song
(9 de junho de 2017)
Rob Stone e Drake reagem sobre soco que nocauteou XXXTentacion:
https://portalrapmais.com/rob-stone-e-drake-reagem-sobre-soco-que-nocauteou-xxxtentacion/amp/
(10 de junho de 2017)
Classe de calouros XXL 2017: Kamaiyah, XXXTentacion, Playboi Carti e mais:
https://pitchfork.com/news/xxl-2017-freshman-class-kamaiyah-xxxtentacion-playboi-carti-more/
(13 de junho de 2017)
XXXTentacion adia turnê e diz que “desaparecerá por um tempo”:
https://pitchfork.com/news/xxxtentacion-postpones-tour-says-hes-disappearing-for-a-while/
(24 de junho de 2017)
Entrevista de perfil XXXTentacion - 2017 XXL Freshman:
(30 de junho de 2017)
17:
https://en.m.wikipedia.org/wiki/17_(XXXTentacion_album)
Por que é impossível – e prejudicial – ignorar o sucesso de ‘17’ de XXXTentacion:
https://genius.com/a/why-it-s-impossible-and-harmful-to-ignore-the-success-of-xxxtentacion-s-17
(1° de setembro de 2017)
Concerto de XXXTentacion é encerrado pela polícia e considerado um “risco à segurança”:
https://pitchfork.com/news/xxxtentacion-concert-shut-down-by-police-deemed-a-safety-hazard/
(3 de setembro de 2017)
Vítima de XXXTentacion detalha padrão sombrio de abuso em depoimento:
(8 de setembro de 2017)
KKK enviou uma ameaça de morte a XXXTentacion por causa de seu videoclipe “Look At Me!”:
https://www.vibe.com/music/music-news/xxxtentacion-death-threat-kkk-look-at-me-music-video-538336/
(14 de setembro de 2017)
Julgamento de violência doméstica de XXXTentacion adiado:
https://pitchfork.com/news/xxxtentacion-domestic-violence-trial-delayed/
(28 de setembro de 2017)
XXXTentacion agora tem data de julgamento sob acusação de agressão a uma mulher grávida:
https://pitchfork.com/news/xxxtentacion-now-has-a-trial-date-on-charges-of-beating-a-pregnant-woman/
(5 de outubro de 2017)
XXXTentacion assina com Capitol Music Group:
https://www.billboard.com/pro/xxxtentacion-signs-deal-capitol-music-group-exclusive/
(19 de outubro de 2017)
XXXTentacion diz que está doando US$100 mil para programas de violência doméstica como um pedido de desculpas às mulheres:
https://uproxx.com/music/xxxtentacion-donates-domestic-violence-organizations/
(20 de outubro de 2017)
Ugly God tem uma mensagem para XXXTENTACION nas redes sociais:
(13 de novembro de 2017)
Uma história de Migos/XXXTentacion:
https://www.complex.com/music/a/shawn-setaro/a-history-of-migos-xxxtentacion-beef
(14 de novembro de 2017)
XXXTentacion pede desculpas aos Migos:
https://www.tmz.com/2017/11/15/xxxtentacion-migos-jumped-video-apologizes-takeoff/
(15 de novembro de 2017)
Promotores de XXXTentacion planejam dividir seu caso:
https://pitchfork.com/news/xxxtentacion-prosecutors-plan-to-split-up-his-case/
(1° de dezembro de 2017)
XXXTentacion preso por novas acusações de assédio a testemunha:
https://pitchfork.com/news/xxxtentacion-jailed-on-new-charges-of-harassing-witness/
(15 de dezembro de 2017)
? (Question Mark):
https://en.m.wikipedia.org/wiki/%3F_(XXXTentacion_album)
? - Genius:
https://genius.com/albums/Xxxtentacion/Question-mark
XXXTentacion parece bater em mulher em vídeo, promotores estão analisando relatório:
(27 de março de 2018)
Mulher supostamente agredida por XXXTentacion divulga declaração:
https://pitchfork.com/news/woman-allegedly-hit-by-xxxtentacion-releases-statement/
(28 de março de 2018)
XXXTentacion processa mulher que ele supostamente agrediu em vídeo:
https://pitchfork.com/news/xxxtentacion-sues-woman-he-allegedly-hit-in-video-report/
(10 de abril de 2018)
Spotify remove R. Kelly e XXXTentacion de suas playlists:
https://pitchfork.com/news/spotify-removes-r-kelly-from-its-playlists/
(10 de maio de 2018)
XXXTentacion desiste do processo contra suposta vítima de agressão depois que ela muda a história:
(15 de maio de 2018)
Spotify retrocede política controversa de “conduta de ódio” e adiciona XXXTentacion à lista de reprodução principal:
https://pitchfork.com/news/spotify-walks-back-controversial-hateful-conduct-policy/
(1° de junho de 2018)
A verdadeira história do rapper XXXTentacion do sul da Flórida:
https://www.miaminewtimes.com/music/the-real-story-of-rapper-xxxtentacion-10410980
(5 de junho de 2018)
XXXTENTACION MORTO AOS 20 ANOS… BALEADO NO SUL DA FLÓRIDA:
https://www.tmz.com/2018/06/18/xxxtentacion-shot-dead-miami/
(18 de junho de 2018)
Assassinato de XXXTentacion:
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Murder_of_XXXTentacion
5 coisas para saber sobre o rapper XXXTentacion, de brigas com Drake a problemas legais:
https://www.thewrap.com/xxxtentacion-things-to-know-rapper-drake-legal-troubles/
(18 de junho de 2018)
Look At Me!: A história de XXXTENTACION:
https://books.google.com.br/books?id=znpyDwAAQBAJ&redir_esc=y
(9 de junho de 2020)
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