Eu sou Ozzy (Review literário #3)

Hoje faz exatamente um mês que Ozzy faleceu. Coincidentemente finalizei agora a leitura da sua autobiografia, que sendo bem franco, enrolei bastante para terminar. Não que a leitura seja arrastada, mas porque EU me arrastei muito. A leitura flui muito bem, lembro que nos primeiros dois ou três dias, já tinha lido mais de 70 páginas. Mas enfim, durante a leitura, você vai acompanhar a história do John, não apenas do Ozzy. O livro vai traçar cronologicamente todos os pontos marcantes e não tão marcantes na vida do “príncipe das trevas”. Você vai rir, vai chorar e vai se identificar também com algumas passagens que aqui é relatado. E outras passagens, você vai se questionar se é possível que tenha acontecido, a base do famoso termo: “rindo pra não chorar”. Ozzy detalha o início de sua vida, ambientada numa região industrial da Inglaterra pós segunda guerra mundial. A pobreza, a falta de amigos, o bullying na escola, a dificuldade de se expressar, de aprender, mas também relata a boa relação com a sua família, mesmo diante das dificuldades advindas da falta de condição financeira. É interessante ver o crescimento gradual que Ozzy teve ao longo da sua vida, de um pobre jovem esquecível e sem perspectiva de vida para uma celebridade que marcou gerações com suas músicas que ficaram para posteridade. Você consegue notar a diferença do Ozzy da primeira página para a última, parece uma outra pessoa. Mas ele permaneceu com a sua humildade e aquele humor quebrado (no bom sentido) de sempre. Ele expõe sem medo as suas batalhas contra a depressão, o alcoolismo e as drogas, que o acompanharam ao longo de quarenta anos. Ozzy passou por tantas loucuras que me questiono até então, como conseguiu chegar aos 76 anos? Ele mesmo pressupõe em uma entrevista pra BBC em 2017, que deveria ter morrido ainda nos anos 80. Em resumo, “Eu sou Ozzy” trás um apanhado geral da vida pessoal de John Michael Osbourne desde a sua infância até a fase mais atual, que corresponde a data de lançamento deste livro. E nada melhor do que estar ciente de uma história contada através da perspectiva não de um escritor profissional, baseado em pesquisas acadêmicas, mas pela própria pessoa que viveu tudo o que é relatado aqui. É uma leitura bastante agradável, com um texto simples mas inteligente. Você sente como se estivesse pessoalmente numa conversa com o próprio Ozzy. Indico fortemente para quem é fã. Em breve a editora Belas Letras lançará a última autobiografia que cobrirá os últimos anos de sua vida. Aguardo com muito entusiasmo para adquirir o meu exemplar.

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