Closer — Joy Division (Review #9)

Se Unknown Pressures é um disco bastante icônico, a começar pela capa preta que possui uma onda de rádio do pulsar CP 1919, Closer tem uma vertente oposta, pois o foco nele está no som mais sombrio, avassalador e ainda mais existencialista que a banda Joy Division já havia trabalhado no seu álbum predecessor.

O segundo e último disco da banda foi gravado entre os dias 18 a 30 de março de 1980 no Britannia Row Studios, o estúdio do Pink Floyd que fica em Islington, Londres. Foi lançado em 18 de julho daquele mesmo ano, exatos dois meses após o suicídio do vocalista e letrista, Ian Curtis, em 18 de maio. Closer foi lançado pela gravadora Factory Records e produzido por Martin Hannett.

De acordo com o guitarrista Bernard Summer, em sua autobiografia: Chapter and Verse - New Order, Joy Division and Me, as músicas do disco foram improvisadas durante jam sessions na sala de ensaios da banda, tendo as letras compostas em dois períodos distintos: na segunda metade de 1979 e no início de 1980. As primeiras faixas escritas foram "Atrocity Exhibition", "Passover", "Colony", "A Means to an End" e "Twenty Four Hours". O restante só foi concluído no começo de 1980.

Closer trouxe mais representação pro cenário pós-punk que se consolidou no final dos anos 70 e definitivamente firmou Joy Division na cena. É um disco bastante influente, com uma mensagem universal extremamente complexa, pautada no existencialismo. Ele é intenso, sombrio, sensível, possui diversas camadas que torna a escuta difícil e que só pode ser apreciada por pessoas de mente aberta.

Embora a discografia seja curta, considero Closer o melhor do Joy Division, superando até mesmo o disco de estréia que é sem sombra de dúvidas o mais conhecido da banda. Esse disco mostra o potencial que poderia ter sido mais explorado posteriormente, se a trajetória não tivesse se encerrado tão abruptamente por um trágico destino.

Curiosidades:
A capa do álbum foi elaborada por Martyn Atkins e Peter Saville. A referência veio de uma fotografia do túmulo da família Appiani, visto no Cemitério Monumental de Staglieno, Itália. Esculpido por Demetrio Paernio em 1910.

A NME nomeou Closer como o "álbum do ano" de 1980, foi nomeado o 22º melhor álbum do ano de acordo com o The Village Voice e alcançou a terceira posição nas paradas da Nova Zelândia. 

Em 1982, Closer havia vendido mais de 250.000 cópias em todo o mundo, com o single póstumo "Love Will Tear Us Apart" também tendo vendido mais de 160.000 cópias.

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